Diversão e Arte

Ana Teresa Pereira é a primeira mulher a vencer o Prêmio Oceanos

O romance 'Karen' faturou o prêmio máximo do concurso literário em língua portuguesa. Esta é a primeira vez que o livro de uma escritora é eleito como primeiro entre os vencedores.

Matheus Dantas*
postado em 29/11/2017 12:20
Escritora Ana Teresa Pereira é a vencedora do Prêmio Oceanos O Prêmio Oceanos divulgou, na manhã desta quarta-feira (29/11), os vencedores do concurso literário em língua portuguesa. Pela primeira vez, em 15 anos de prêmio, uma mulher ganhou a honraria máxima da instituição.

O romance Karen, da escritora portuguesa Ana Teresa Pereira, foi o grande vencedor, recebendo o prêmio de R$ 100 mil. Em segundo lugar, ficou a obra Machado, do escritor brasileiro Silviano Santiago, seguido de Golpe de teatro, do português Helder Moura Pereira, de Anunciações, de Maria Teresa Horta e de Simpatia pelo demônio, de Bernardo Carvalho, ambos em terceiro e quarto lugar respectivamente.

Perfil de Ana Teresa Pereira


Ana Teresa Pereira publicou a sua primeira obra em 1989, Matar a imagem. Entre seus livros estão Se nos encontrarmos de novo (prêmio PEN Clube na categoria Ficção), O Lago (Grande Prêmio de Romance e Novela da Associação Portuguesa de Escritores), A casa das sombras, As noites secretas e As longas tardes de chuva de Nova Orleãs, entre outros.

O juri


O Júri Inicial do Oceanos 2017 foi composto por 50 jurados brasileiros, 10 portugueses, três angolanos e dois moçambicanos. Cada uma das obras inscritas foi avaliada por três jurados, sendo que a leitura dos livros de autores portugueses e africanos foi feita predominantemente por jurados de Portugal e África lusófona, enquanto os autores brasileiros foram lidos por jurados do Brasil.

O Prêmio Oceanos 2017


O Prêmio Oceanos (antigo Portugal Telecom) foi criado em 2003, destinado a contemplar obras escritas em língua portuguesas em países lusófonos e não lusófonos, desde que produzidas e editadas em português.

Este ano, seis obras brasileiras concorreram ao prêmio máximo do concurso, o de melhor obra em língua portuguesa: Machado, de Silviano Santiago; Como se estivéssemos em um palimpsesto de putas, de Elvira Vigna; O amor dos homens avulsos, de Victor Heringer; O conto zero e outras histórias, de Sérgio Sant;Anna; Sul, de Verônica Stigger; Simpatia pelo demônio, de Bernardo Carvalho. Além de quatro escritores portugueses, com as obras: Anunciações, de Maria Teresa Horta, Golpe de teatro, de Helder Moura Pereira, Karen de Ana Teresa Pereira, e Não se pode morar nos olhos de um gato, de Ana Margarida Carvalho.

Em entrevista ao Correio, o escritor Silviano Santiago elogiou o concurso por reconhecer e valorizar a literatura lusófona, expandindo o alcance das obras, além de proporcionar novas oportunidades.

;;O prêmio estimula os escritores a insistir na boa qualidade da produção numa época refratária à literatura, oferece-lhe irmãos e irmãs em língua e arte, e pode eventualmente abrir as barreiras alfandegárias do sucesso internacional;, enaltece Silviano Santiago.

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