Diversão e Arte

Mayim Bialik lança livro que reafirma a força feminina

Em entrevista, a atriz fala sobre o livro e o sucesso na televisão com Amy, em The Big Bang Theory

Adriana Izel
postado em 22/01/2018 08:59

Mãe, atriz e neurocientista. É assim que a atriz californiana Mayim Bialik, 42 anos, se define. Ela é conhecida mundialmente por interpretar a personagem Amy na sitcom The Big Bang Theory, produção com 11 temporadas que acompanha o dia a dia de um grupo de amigos que trabalha no Instituto de Tecnologia da Califórnia, em Pasadena, exibida no Brasil pelo canal Warner. Mayim entrou na série de Chuck Lorre e Bill Prady na terceira temporada como uma convidada. A versão feminina de Sheldon Copper, vivido por Jim Parson, fez sucesso, se garantiu no elenco fixo na temporada seguinte e permanece até hoje.

Antes do sucesso em TBBT, a atriz já havia passado pela televisão em outra produção estrelada. Quando tinha 15 anos, a californiana protagonizou Blossom, atração que girava em torno da protagonista, que dava nome à série, uma jovem inteligente e sarcástica que brilhava em meio a uma família pouco convencional. Com o encerramento da série, em 1995, ela largou o mundo de Hollywood para se dedicar aos estudos, algo que a família da americana sempre valorizou: ;Fui criada com um conceito de que deveria trabalhar duro e ir para a faculdade;, contou ao Correio.

No período de pausa da televisão, Mayim Bialik teve dois filhos e cursou neurociência na Universidade de Califórnia (UCLA), onde se tornou Ph.D. A experiência fora do mundo da televisão trouxe para a atriz uma perspectiva ampla e realista do universo de Hollywood. Essa consciência fez com que a artista criasse o site Grok Nation, comunidade on-line voltada para todo tipo de público em busca de aprofundamento em assuntos contemporâneos, e o mais recente livro, Girling up ; Como se tornar uma mulher saudável, esperta e espetacular.

A obra, lançada em 2017, foi criada com o objetivo de atingir o público feminino jovem. A atriz explica que o livro é o que ela gostaria de ter tido acesso quando era adolescente. Por isso, ela faz, por meio de um tom didático, uma conscientização para as meninas da importância de buscar uma vida saudável, em todos os sentidos. Aproveitando o lançamento do livro, a atriz conversou com o Correio. Na entrevista, ela fala sobre a obra e também da carreira na televisão, veículo que a tornou um modelo para diversas meninas.

Entrevista / Mayim Bialik


Sua carreira começou na televisão, em Blossom, e depois você tirou um tempo para se dedicar à graduação de neurociência. Qual foi a sua motivação para seguir um caminho diferente?

Meus avós são imigrantes, então fui criada com um conceito de que deveria trabalhar duro e ir para a faculdade. Eu também me apaixonei por biologia com 15 anos por causa de um incrível tutor que eu tive no set de Blossom e eu queria realmente aprender mais e ver como era o mundo ;real;, fora de Hollywood.

Como o conhecimento de neurocientista ajuda na profissão de atuação ou vice-versa?

Eu não sei se ajuda. Isso me deu uma vida que me levou a ter dois filhos e voltar a atuar com um senso de perspectiva adquirido. Meus filhos são realmente o foco da minha vida, então o tempo que eu estive longe de Hollywood realmente solidificou meu papel como mãe.

Você lançou o livro Girling up no ano passado. Como você teve a ideia para a obra e que tipo de mensagem queria passar?

Girling up surgiu porque eu desejava ter um livro como esse quando eu era adolescente. É sobre as mudanças que acontecem no nosso corpo, assim como as mudanças na vida quando se é uma jovem mulher. Ele também se concentra muito na saúde mental e em como ter decisões saudáveis pode ter um impacto positivo. A ideia veio porque eu escrevi muito no meu site (groknation.com) sobre meu papel em The Big Bang Theory e sobre como fazer uma ;late broomer; (expressão em inglês para designar uma pessoa em que os talentos e habilidades só são visíveis para os outros mais tarde do que o natural) tem sido único na minha vida. Jill Santopolo, da Penguin Publishing, conversou comigo sobre isso e me pediu para escrever mais!

A personagem Amy em The Big Bang Theory na terceira temporada

Você se tornou um modelo para muitas garotas por ser forte, empoderada e uma mulher de sucesso. Como é ser uma modelo para seu público? Na sua opinião, qual é a importância de as meninas terem modelos empoderadas para seguir?

Eu não me vejo dessa forma, mas me sinto lisonjeada por quem me tem como modelo. Eu acho que modelos são muito importantes. As jovens vêm muitas imagens de mulheres na mídia que não combinam com como elas se sentem, então, se eu posso inspirar alguém a ser cientista ou uma mãe ativa, ou o que quiser, isso é maravilhoso.

Você é hoje uma das estrelas de The Big Bang Theory. Você esperava fazer parte de outro grande projeto depois do sucesso de Blossom? O que a atraiu para interpretar Amy na sitcom?

Eu nunca esperei trabalhar de novo com séries e eu me sinto honrada de fazer parte do The Big Bang Theory. Eu fui convidada para interpretar uma versão feminina de Sheldon Cooper e fiquei feliz de trabalhar de novo depois de 12 anos fora e tendo dois filhos. Eu amo a espontaneidade da Amy e o amor dela por novas experiências, já que ela é uma pessoa com experiências tardias. Nossos roteiristas a escrevem muito bem!

The Big Bang Theory é uma das maiores séries de sucesso da televisão norte-americana. Por que você acha que o público gosta tanto da série e também do casal Amy e Sheldon?

Nossa série é sobre jovens que não são populares. Nós somos uma série sobre a ;outra metade;, aqueles que são excluídos. Amy e Sheldon são um casal peculiar que realmente se ama por suas peculiaridades e se dedica para aprender e respeitar as limitações um do outro. Eu amo o fato de eles terem tido um relacionamento não sexual por quase cinco anos e, mesmo assim, eles estavam muito conectados e apaixonados. Isso é muito doce.

Capa do livro 'Girling up Como se tornar uma mulher saudável, esperta e espetacular'
Girling up - Como se tornar uma mulher saudável, esperta e espetacular
De Mayim Bialik. Primavera Editorial, 160 páginas. Preço médio: R$ 34,90.

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