Economia

Venda de veículos no DF tem desaceleração

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postado em 08/09/2008 19:37
A venda de veículos no Distrito Federal caiu 16,3% entre julho e agosto. Foram vendidas, no mês passado, 7.983 unidades contra 9.575 em julho, segundo dados do Sindicato dos Concessionários e Distribuidores de Veículos Autorizados do DF (Sincodiv/DF). Com relação a agosto do ano passado, quando 8.083 veículos foram emplacados, também houve decréscimo, de 1,24%. Foi constatada, ainda, retração no crescimento cheio do ano: enquanto que no primeiro semestre deste ano as vendas de veículos cresceram 25,8% com relação ao mesmo período do ano passado; de janeiro a agosto de 2008 a alta com relação à mesma época de 2007 foi de 20,2%. O recuo mensal no DF acompanha um movimento nacional. A Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) registrou, no mês passado, recuo de 15,1% nas vendas de carros em todo o país com relação a julho de 2008. O presidente da entidade, Jackson Schneider, afirma que já havia previsão, antes da constatação da queda, que haveria uma ;acomodação; na comercialização de automotores, após a expansão significativa na produção e nos emplacamentos registrada em outros meses neste ano. O economista Roberto Piscitelli, da Universidade de Brasília (UnB), faz análise semelhante à da Anfavea. ;Houve grande antecipação nas compras no início do ano por parte do consumidor, que talvez temesse que as condições de crédito e financiamento, que estavam muito boas, se deteriorassem;, afirma. Piscitelli acredita também que o impacto do noticiário sobre inflação e as últimas altas na taxa básica de juros (Selic) feitas pelo Banco Central - bem como a sinalização de novos reajustes para o futuro - tenham feito as pessoas colocarem o pé no freio, mesmo que impactos reais ainda não se tenham feito sentir com força total. Atualmente, a Selic está em 13%, tendo sofrido alta de 0,75 ponto percentual na última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do BC. Minimização O Sincodiv/DF, no entanto, minimiza a retração signativa nas vendas registrada entre julho e agosto e acredita em melhores desempenhos nos próximos meses. ;Nossa avaliação é que após julho, mês de férias e de despesas, o consumidor decidiu esperar um tempo e colocar as contas em dia. Ele também pode estar aguardando novos modelos e dinheiro em caixa, com o 13º e demais bônus de fim de ano;, afirma Hélio Aveiro, um dos diretores do sindicato local. Ele sustenta que agosto, tradicionalmente, não é um mês bom para a comercialização de veículos e acredita que o grande volume de crédito e prazos largos de financiamento devem seguir nos próximos meses. ;O impacto da Selic na prática não foi grande e nada aponta para uma mudança nas facilidades até aqui oferecidas para compra;. Comprometimento da renda Nem todos os consumidores, no entanto, acreditam que as condições no momento são as ideais para adquirir um veículo. A servidora pública Mônica Silva, 25 anos, fez pesquisas há cerca de um mês com a intenção de trocar de carro, mas acabou desistindo. Segundo ela, o financiamento oferecido não compensava e a faria comprometer demais a renda. ;Eu estava disposta a dar uma boa entrada e, mesmo assim, teria que financiar um valor alto, a um prazo muito longo. Como não sei o que está por vir e meu veículo ainda está bom, não quis me comprometer por um período tão grande;,

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