Economia

No câmbio, como evitar armadilhas

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postado em 14/10/2008 08:47
Nem tudo está perdido para quem viajou para o exterior com o dólar baixo e vai receber a fatura dos gastos com cartão de crédito com uma cotação bem acima dos áureos R$ 1,60 de até pouco tempo atrás, antes da eclosão da crise financeira internacional. Há uma luz no fim do túnel para amenizar as ;perdas; : ficar de olho na variação da moeda americana e ir correndo pagar o boleto quando ela atingir um valor que o consumidor julgue razoável. Muita gente não sabe, mas é possível quitar as compras feitas no cartão antes do vencimento ou até mesmo antes do fechamento da fatura. Aí, o valor a ser pago será calculado levando em conta a cotação do dólar do dia, livrando o cliente do drama de variações expressivas, como na semana passada, quando a moeda americana encostou na casa dos R$ 2,50. Sabendo disso, o servidor público André Guimarães aproveitou a baixa de 7,66% do dólar comercial, que fechou ontem em R$ 2,14, e antecipou o pagamento da fatura do cartão de crédito, que vence só na quinta-feira. Ele viajou para Buenos Aires e Bariloche com a cotação da moeda americana em R$ 1,68. ;Como o dólar teve forte baixa hoje (ontem), resolvi pagar a fatura antes. Pode até ser que amanhã (hoje) baixe mais e eu tenha feito bobeira, mas preferi fechar logo a arriscar e ficar sujeito a uma cotação maior;, afirma. Luís Miguel Santacreu, analista de instituições financeiras da Austin Rating, observa que é impossível saber qual será a cotação da moeda americana neste período turbulento, mas avisa: não vai voltar ao patamar anterior de R$ 1,50, R$ 1,60. ;O dólar não deve ficar no patamar anterior à crise, nem no valor inusitado da semana passada. Assim, podemos pensar em um valor razoável de até R$ 2, R$ 2,20 para antecipar o pagamento da fatura do cartão. Se cair mais depois, paciência. Mas se aumentar, a pessoa não teve prejuízo;, ressalta o economista. A Associação Brasileira das Empresas de Cartão de Crédito e Serviços (Abecs) informou que a opção de pagamento antecipado é deliberada pelos bancos emissores. Alternativas Por saber que a cotação do dólar é uma ;caixinha de surpresas;, Mercedes Berlim, proprietária de uma agência de turismo em Brasília, evita usar cartão de crédito para compras no exterior. Para a viagem que fará em dezembro para Nova York, ela usará dólares comprados a R$ 1,69. ;Quando vou fazer uma viagem dessas, faço uma poupança em dólar;, diz. Mercedes também usa o Visa Travel Money, espécie de cartão de débito que pode ser carregado no valor que o usuário desejar, em dólares, euros ou libras. ;É prático, pois não preciso me preocupar com a cotação, além de não cobrar Imposto sobre Operações Financeiras (IOF);, afirma Mercedes. Na Confidence, corretora de câmbio turismo, a procura pelo Visa Travel Money aumentou 20% nos 13 primeiros dias de outubro. ;Um dos atrativos do produto é fugir da valorização cambial;, ressalta Maurício Lima, diretor da Confidence. O custo da operação também é menor: 0,38%, ao passo que os cartões de crédito cobram 2,38% de IOF. CUIDADO AO GASTAR Entenda o uso de cartões de crédito no exterior # O valor das transações em qualquer moeda estrangeira é convertido em dólar e cobrado em reais na fatura. # O emissor ou administrador do cartão informará a taxa de conversão do dólar para reais usada no pagamento da fatura, mas a taxa devida será a vigente na data do pagamento. # Eventual diferença entre a taxa de conversão usada e a vigente no ato de quitação será debitada ou creditada na próxima fatura. # Sobre o valor das transações efetuadas em moeda estrangeira, haverá incidência de Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). Também poderá ser cobrada tarifa de conversão de moeda. # Alguns bancos emissores permitem o uso do cartão de débito para realizar compras no exterior, podendo ser cobrada tarifa de transação. (Fonte: Abecs)

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