Economia

Asiáticas afundam com maus resultados de empresas

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postado em 23/10/2008 08:05
As Bolsas da Ásia voltaram a fechar com fortes quedas nesta quinta-feira (23/10) com o mau resultado de grandes companhias. A temporada de divulgação de balanços corporativos aumentou o temor de que a crise financeira tenha atingido a economia real ao redor do mundo. O Nikkei, indicador que mede os negócios da Bolsa de Valores de Tóquio (Japão), encerrou o dia com queda de 2,46%, aos 8.460,98, após começar o dia com uma retração de 6,6%. "Agora temos uma situação que investidores devem admitir o espalhamento de uma recessão global", afirmou Kenichi Hirano, da Tachibana Securities. "Os balanços são desapontadores, e nós ainda estamos em um processo de poucos lucros ao redor do globo", afirmou Dariusz Kowalczyk, da CFC Seymour em Hong Kong. A maior queda da região foi registrada na Bolsa da Coréia do Sul, onde o índice Kospi recuou 7,48%. A Bolsa de Xangai (China) caiu 1,55%; Hong Kong recuava 4,65% perto do fim do dia; Austrália perdeu 4,39%; a Indonésia diminuiu 3,72%. O recuo no continente voltou a seguir a queda nos Estados Unidos, onde os resultados corporativos têm causado estrago nos últimos pregões. A Nyse (Bolsa de Valores de Nova York, na sigla em inglês) fechou em baixa de 5,69%, indo para 8.519,21 pontos no índice Dow Jones Industrial Average, enquanto o S 500 caiu 6,1%, para 896,78 pontos. A Bolsa tecnológica Nasdaq teve baixa de 4,77% no indicador Nasdaq Composite, indo para 1.615,75 pontos. Na Europa, o dia foi igualmente fraco: a Bolsa de Londres caiu 4,46%; a de Frankfurt teve baixa de 4,46%; e a de Paris caiu 5,10%. Em um dia bastante turbulento, o Ibovespa - índice que mede os negócios na Bolsa de Valores de São Paulo - encerrou o pregão em baixa de 10,18%, aos 35.069 pontos. Com volatilidade, a Bovespa interrompeu o pregão pela sexta vez em pouco mais de 20 dias na jornada de ontem. "Um dos fatores [que ajudou a derrubar a Bovespa] foi essa medida provisória do governo para estatização dos bancos, que pegou muito mal no mercado. Passou a impressão de que há instituições financeiras realmente com problemas", afirmou Boris Kogan, operador da corretora Walpires. Estatização O governo anunciou que autorizou o Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal a adquirirem participações em instituições financeiras no país sem passar por um processo de licitação. O ministro Guido Mantega (Fazenda) afirmou que muitas instituições financeiras estão com problemas de caixa no país. "Não tem banco quebrando no Brasil. Isso não isenta o sistema financeiro de problema de liquidez. Se não tivesse, o BC não estaria devolvendo o compulsório, não haveria compra de carteira", afirmou ele. Mantega também afirmou que caso algumas instituições financeiras sejam estatizadas, esses bancos devem ser revendidos, dentro das normas da medida provisória publicada hoje. "É uma medida que responde à necessidade do momento, de crise de liquidez internacional que tem alguma repercussão no Brasil. Depois de restabelecidos o crédito, essas instituições poderão ser revendidas", afirmou o ministro.

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