Economia

Entrevista - Otávio Azevedo e Pedro Jereissati

;

postado em 17/12/2008 07:51
Na expectativa de ver aprovado hoje um dos maiores negócios do país ; no valor de R$ 13 bilhões; a direção da Oi acompanha a reunião do conselho da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), que decidirá sobre a concessão da anuência prévia para a compra da Brasil Telecom. A operação, se confirmada, vai mudar a face da telefonia no Brasil e será a maior no processo de consolidação do setor que se iniciou na virada do século. A empresa resultante será a primeira a ter abrangência nacional em quase todos os serviços. Controlada pelos grupos Andrade Gutierrez e La Fonte, a Oi será a supertele brasileira, com a pretensão de se tornar internacional. Representantes, respectivamente, dos dois conglomerados no conselho de administração, Otávio Marques de Azevedo e Pedro Jereissati falaram ao Correio na primeira entrevista no Brasil, desde o anúncio da compra, em abril. Pelo tamanho e relevância estratégica, a aquisição levantou a simpatia do governo federal e muita polêmica. Para sua concretização, foi necessário mudar a legislação. Para os sócios, o negócio é resultado do sucesso da Oi, o nome comercial da Tele Norte Leste, uma das três empresas em que o grupo estatal Telebrás foi dividido e vendido em 1998 e que abrangia 16 estados. Quando da privatização, comenta Otávio Azevedo, ninguém apostaria que a Oi seria a vitoriosa no competitivo mercado de telefonia, que exige elevados investimentos. ;A grande novidade da privatização foi a Telemar. Foi ela que inovou. Quem esperava que a Telefônica, a Tim, a Portugal Telecom, a MCI fizessem pior do que a Telemar?;, provoca. Veja os principais trechos da entrevista ao Correio. Como fica a corrida pela consolidação do setor de telefonia com a concretização do negócio? OTÁVIO DE AZEVEDO ; Se houver a aprovação da compra pela Anatel ; e é um problema da Agência, com ou sem condicionante ;, e a operação for concluída, para onde estamos indo? Porque os grupos Andrade Gutierrez e La Fonte investiram? Têm experiências diferentes, porém têm 10 anos juntos na Telemar. A grande novidade da privatização (da telefonia) no Brasil foi a Telemar. Foi ela que inovou. Quem esperava que a Telefônica, a Tim, a Portugal Telecom, a MCI fizessem pior do que a Telemar? Ninguém esperava. Mas alguém esperava que um grupo brasileiro fizesse bem? Hoje nós somos a grande empresa competitiva no Brasil. Quando da privatização, a Telemar não seria a aposta de sucesso? OTÁVIO ; Não seríamos aposta nenhuma. Seríamos a primeira empresa a ser comprada, a primeira a ter problema financeiro. Não tivemos. Já investimos R$ 34 bilhões nos últimos 10 anos. Inicialmente éramos uma empresa em 16 estados, com a Brasil Telecom seremos em 27 estados porque também entramos em São Paulo com telefonia móvel e banda larga. E sem considerar que construímos nesse período a maior empresa de call center do Brasil, que gera 72 mil empregos. Então, a Telemar é uma novidade na geração de emprego, na ocupação territorial e na agressividade comercial para competir. Acreditamos que há um espaço muito grande para quem conhece o Brasil. E nós conhecemos. É a primeira vez que aparece uma empresa de backbone semelhante da Embratel. Realmente, a empresa espelho da Embratel, que era para ter sido a Intelig, é a nova Oi. A Oi está segura da aprovação da compra da Brasil Telecom? OTÁVIO ; Na Anatel, não há por que não aprovar. Esperam exigências de contrapartida? OTÁVIO ; O que não se espera é que seja tratado com assimetria, que sejamos discriminados. Não posso ser submetido a uma regra que a Telefônica não tem. Mas é direito da Agência colocar exigências razoáveis. Temos um custo de não fazer a transação. E um custo para fazer. A análise é de simples custo-benefício. E a multa de R$ 490 milhões em caso de não concretização da compra até sexta-feira, dia 21? OTÁVIO ; A multa não existe mais. Esperamos que seja um passado recente, ou então, em breve. Leia mais na edição impressa do Correio Braziliense

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação