Economia

Gasolina mais barata

Preço está 52% mais caro no Brasil do que no exterior

postado em 19/12/2008 09:33
O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central admite a possibilidade de a Petrobras reduzir os preços da gasolina e do diesel nos próximos meses, repassando aos consumidores parte da expressiva queda da cotação do petróleo no mercado internacional. A expectativa ; e a torcida ; é para que os preços caiam ao longo dos primeiros seis meses de 2009, como forma de aliviar a inflação e permitir cortes seguidos na taxa básica de juros (Selic) sem grandes traumas. Os analistas estimam que a gasolina esteja 52% mais cara no Brasil do que no exterior e o diesel, 19%. Pelas contas de Flávio Serrano, economista-sênior do Banco BES Investimento, a cada 5% de baixa nos preços da gasolina nas bombas dos postos, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), usado como referência para o sistema de metas do governo, encolhe 0,2 ponto percentual. ;Se realmente os combustíveis ficarem mais baratos, não será surpresa se a inflação fechar o ano que vem abaixo de 4,5%, o centro da meta perseguido pelo BC;, afirmou. Pelo governo, os preços da gasolina e o diesel já teriam caído. Mas a Petrobras alegou que precisa fazer caixa nesse momento de grande escassez de crédito. Segundo o BC, ainda que os preços da gasolina e do diesel não tenham se alterado, o impacto da retração da cotação do petróleo de quase US$ 150 para US$ 40 o barril desde junho já se faz presente na economia brasileira, por meio da indústria petroquímica (resinas plásticas, por exemplo), base para as demais cadeias produtivas. O principal insumo da petroquímica, a nafta, ficou bem mais barato, assim como o querosene de aviação e o óleo combustível que move as fábricas de muitas empresas. ;É por isso que os Índices Gerais de Preços (IGPs) estão desabando, ficando próximos de zero;, afirmou Serrano. Os consumidores, no entanto, devem se preparar para pagar 2,6% a mais pelo gás de cozinha até o fim do ano e arcar com reajuste de 3,6% nas contas de telefonia fixa. Na média, estimou o Copom, os preços administrados pelo governo (tarifas públicas e serviços como planos de saúde e medicamentos) terão reajustes médios de 3,8% neste ano e de 5,5% em 2009.

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