postado em 24/12/2008 08:49
Os bancos reduziram mais uma vez as suas projeções de crescimento para o ano que vem. Após o PIB crescer 5,6% neste ano, a expectativa média de 33 bancos ouvidos pela Febraban é que a economia se desacelere para uma expansão da ordem de 2,56% em 2009.
O governo Lula trabalha com previsão de crescimento de 4%, enquanto o Banco Central de Henrique Meirelles espera alta de 3,2%. Na última pesquisa feita pelo BC com o mercado, a previsão era de crescimento de 2,4% em 2009. Em novembro, os bancos ainda viam espaço para um crescimento de 3,13%.
"Os números incorporam um cenário mais complicado para o próximo ano, de redução do crescimento econômico, que está em linha com essa piora internacional. Mas, se comparar com o que vai acontecer em outros países, ainda temos um cenário muito positivo", disse Rubens Sardenberg, economista-chefe da Febraban.
Os bancos prevêem ainda uma forte desaceleração na expansão do crédito em 2009. Na pesquisa, a expectativa é de crescimento de 18,19% em 2009, em relação a 2008, quando o crédito deverá crescer 32%. O BC tem uma visão um pouco mais pessimista, de expansão de 16% no próximo ano.
Segundo Sardenberg, o crédito brasileiro deve crescer mais para pessoa jurídica e menos para pessoa física. Isso porque há uma migração das empresas que se financiavam fora do país para o crédito doméstico. "Como a economia vai crescer menos, as operações de crédito também devem crescer menos. A expectativa é que o crédito cresça 18%. O crédito vai crescer [no Brasil], enquanto vai ter uma retração importante em outros países", disse.
Para Sardenberg, as recentes medidas adotadas pelo governo ajudaram a evitar uma retração maior no crédito. "As medidas do governo ajudam a ter uma sustentabilidade nas operações de crédito. O Brasil também não teve o problema com o sistema bancário que aconteceu em outros países. Isso fez com que as operações de crédito não caíssem acentuadamente".