Economia

Confiança da indústria desaba

Pessimismo do setor é o maior dos últimos 10 anos. Segundo pesquisa da Fundação Getúlio Vargas, das 12.086 empresas consultadas, 33,8% pretendem reduzir a produção até fevereiro de 2009

postado em 31/12/2008 10:43
O setor industrial está muito pessimista em relação aos negócios. O Índice de Confiança da Indústria (ICI), medido pela Fundação Getúlio Vargas, registrou este mês o índice mais baixo desde outubro de 1998. A confiança da indústria caiu 11% em dezembro em relação ao mês de novembro, passando de 83,9 para 74,7 pontos. O dado já considera o ajuste sazonal. Segundo os técnicos responsáveis pela sondagem junto ao setor, o resultado consolida o quadro de diminuição da produção industrial no quarto trimestre do ano, frente ao trimestre anterior. Nas previsões para os meses seguintes, houve aumento da proporção de empresas pessimistas em relação ao ambiente de negócios. Para se ter uma idéia do aumento do pessimismo dos empresários basta lembrar que o Índice de Confiança já bateu em 119,8 pontos em novembro de 2007. Depois de pequenos altos e baixos, o ICI voltou a atingir 119,1 pontos e 119,2 pontos em junho e agosto deste ano. A partir daí, começou a despencar. Também em dezembro, o Índice da Situação Atual (ISA) e o Índice de Expectativas (IE) pesquisados recuaram em relação a novembro. O Índice da Situação Atual caiu de 85,3 pontos para 76,1 pontos e o Índice de Expectativas baixou de 82,5 para 73,3 pontos. De acordo com a Fundação Getúlio Vargas, esses indicadores atingiram o nível mais baixo da série histórica, iniciada em abril de 1995. Entre novembro e dezembro a parcela de empresas que avaliam a situação atual dos negócios como fraca saltou de 26,4% para 43,7%. No mesmo período o crescimento da parcela que avalia a situação dos negócios como boa aumentou apenas de 10,9% para 13,6%. De acordo com os pesquisadores as previsões para a atividade industrial continuam desfavoráveis para o trimestre dezembro de 2008 - fevereiro de 2009. Das 12.086 empresas consultadas na sondagem, 33,8% pretendem reduzir a produção no período, enquanto apenas 24,7% projetam a ampliação das atividades. É o pior resultado para esSe item da pesquisa desde janeiro de 1991, quando 43,7% das empresas previam diminuição da produção para o trimestre seguinte e 23,1% das empresas previam aumento. Cai consumo de energia em dezembro A crise financeira internacional já se reflete na demanda por energia elétrica. Segundo dados divulgados ontem pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), o consumo de energia em dezembro caiu 5,6% em relação ao mês de novembro. Na comparação com dezembro de 2007, a queda foi de 3,1%. Para o acumulado de 2008 o consumo de energia ainda apresenta crescimento de 2,8% devido ao bom desempenho do início do ano. Segundo os analistas do ONS os segmentos industriais que apresentaram maior redução de demanda de energia junto às empresas do setor elétrico foram a siderurgia, ferroligas, extrativa e as montadoras de veículos. Esses setores promoveram, nos últimos tempos, paralisações temporárias de atividades com antecipação de férias coletivas para seus funcionários. (VN) Americanos estão inseguros A confiança dos consumidores americanos, medida pelo instituto de conjuntura privada Conference Board desde 1967, caiu em dezembro para 38 pontos, o índice mais baixo dos últimos 40 anos. Em novembro, o índice foi de 44,7, em meio à deterioração das condições econômicas. A perspectiva dos consumidores para a primeira metade de 2009 continua sendo ;péssima;, percebendo ;apenas uma modesta recuperação; na segunda metade do ano, segundo Lynn Franco, diretora de pesquisa do Conference Board. A pesquisa, realizada junto a 5 mil lares americanos, foi realizada até 22 de dezembro. As respostas sobre o mercado de trabalho traduzem a angústia ante ao aumento do desemprego. No total, 42,0% dos casais americanos consideram ;difícil; encontrar colocação, contra um percentual de 37,1% em novembro. Quanto às condições econômicas em geral, 46,0% consideram ;más; (40,6% em novembro), contra 46,3% que acham ;normais; e 7,7%, ;boas;.

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação