Economia

Suzano registra pior resultado trimestral desde 2002

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postado em 25/03/2009 09:32
O impacto da variação cambial no endividamento levou a Suzano Papel e Celulose a registrar prejuízo líquido de R$ 495 milhões no quarto trimestre de 2008, o pior resultado da companhia para o período desde 2002. O levantamento histórico considerou os indicadores dos últimos sete anos porque 2002 foi o primeiro ano integral de operação da companhia desde que a Suzano assumiu o controle da Bahia Sul Celulose. O resultado verificado no período entre outubro e dezembro do ano passado é também o segundo prejuízo da companhia nos últimos sete anos. O último resultado negativo da empresa havia ocorrido em 2005 (R$ 2,996 milhões), ano em que a Suzano deu início à construção da segunda linha de celulose na unidade de Mucuri (BA). O fraco indicador do quarto trimestre de 2008 teve origem principalmente no efeito da valorização do dólar ante o real. Com aproximadamente 55% da dívida atrelada a moedas estrangeiras, a Suzano registrou resultado financeiro líquido negativo de R$ 219 milhões no período. Também devido à variação cambial, a dívida líquida da fabricante saltou de R$ 6,454 bilhões no fim do terceiro trimestre de 2008 para R$ 7,635 bilhões em dezembro do ano passado (já considerados os ajustes à Lei Contábil 11.638/07). No aspecto operacional, por outro lado, a Suzano continuou colhendo em 2008 os resultados do aumento de capacidade promovido no ano anterior, quando a segunda linha de celulose de Mucuri entrou em operação. A receita líquida de R$ 1,1 bilhão no quarto trimestre de 2008 representa um novo recorde histórico da companhia, ao superar a marca de R$ 1,003 bilhão do segundo trimestre de 2008. Projetos Os cronogramas do projeto de expansão da unidade de Mucuri e da terceira linha de operação do novo ciclo de crescimento da Suzano deverão ter um atraso de aproximadamente um ano, informou ontem à noite o diretor-presidente da companhia, Antonio Maciel Neto. Segundo o executivo, a companhia deverá postergar para o fim deste ano as decisões a respeito de ambos os projetos. No caso de Mucuri, a expansão depende da encomenda de equipamentos, processo que originalmente seria decidido no começo de 2009. Já a terceira fábrica do novo ciclo, que ainda não tem local definido, depende da formação da base florestal para entrar em operação. A compra de terras e o plantio deveria ser iniciado ainda este ano para que o cronograma inicial fosse mantido. A decisão, explicou o executivo, não significa a suspensão dos investimentos, mas apenas o adiamento da tomada de decisão. Inicialmente, a expansão de Mucuri seria concluída no segundo semestre de 2011 e ampliaria a capacidade da fábrica em 400 mil toneladas anuais. Já o projeto da terceira unidade, com capacidade anual de 1,3 milhão de toneladas, deveria ser concluído em 2015. "Decidimos fazer só o essencial de investimento este ano", afirmou. Além de ressaltar a decisão do Conselho de Administração de manter os investimentos nas fábricas de Piauí e Maranhão, a direção da Suzano lembrou que o valor previsto dos aportes poderá ser revisado. "É importante lembrarmos que o valor do anúncio do investimento foi feito com o dólar a R$ 1,70 e em um momento no qual as commodities (matérias-primas) estavam no auge do preço", afirmou o diretor de Relações com Investidores da Suzano, André Dorf. A princípio, a companhia previa o aporte de US$ 1,8 bilhão em cada uma das três novas fábricas (Piauí, Maranhão e a terceira linha) incluídas no novo ciclo de crescimento da empresa.

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