Economia

Comércio pessimista com vendas da Páscoa

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postado em 01/04/2009 08:05
A crise econômica deve abalar a Páscoa do brasiliense. Os comerciantes de chocolates e doces estão pessimistas. Mais da metade deles, 51,1%, espera vender a mesma quantidade ou menos que no ano passado. E entre os que estão otimistas, o crescimento esperado é de apenas 0,58% sobre a mesma data de 2008, de acordo com pesquisa da Federação do Comércio do Distrito Federal (Fecomércio-DF). Apenas um quarto das lojas especializadas ampliaram o quadro de funcionários para atender a clientela durante a data. Entre os lojistas, a expectativa é que os negócios melhorem com o início do mês ; quando a maioria dos trabalhadores recebe seus salários ; e a proximidade da data, que será comemorada no domingo 12. Apesar da pouca demanda, os ovos em Brasília estão sendo comercializados a preços menores que na média brasileira, segundo uma outra pesquisa, realizada pela Fundação Getulio Vargas (FGV). Os reajustes em relação a 2008 também ficaram abaixo da média nacional. Os consumidores estão mais cautelosos e evitando gastos supérfluos, na opinião do presidente da Fecomércio, senador Adelmir Santana, o que explica a expectativa de retração nos negócios. ;Embora no DF não tenhamos tido queda da renda, as pessoas estão mais reticentes, não vão exagerar nos gastos. Os comentários da crise tem efeito psicológico que influencia o efeito compra;, afirma. Prevendo a queda nas vendas, o gerente da Casa do Chocolate, localizada em Ceilândia, Pedro José, encomendou 10% menos que na Páscoa passada. ;Nesta época do ano passado as pessoas já estavam comprando, acho que estão com medo de gastar. Nos decepcionamos tanto, que dispensamos dois dos três funcionários temporários que tínhamos contratado;, conta. O proprietário da Distribuidora de Doces Brasília, Olavo Ramos de Araújo, espera vender mais que em 2008, mas, no máximo, 5% a mais, conta. Segundo ele, duas características desta Páscoa podem ajudar a motivar o consumidor, apesar da turbulência econômica: o fato de a data ser comemorada este ano em abril, distante do início de ano e das gastanças que marcam o período, e por estar próxima do início do mês, quando as pessoas recebem seus salários. De qualquer forma, conta, os consumidores estão bastante cautelosos. ;Primeiro, as pessoas olham e, só depois, compram. Não compram de primeira. A crise assustou um pouco;, afirma. Das empresas pesquisadas, 56% são supermercados, 20% chocolaterias, 15% de produtos alimentícios e 9% em lojas de departamento. Destes, 53% aumentaram os estoques neste ano e dois terços buscaram novidades para impulsionar as vendas. A principal atração são os ovos com brindes. Preços Em média, o chocolate vendido na capital federal é mais barato que o comercializado no restante do país. Os números da FGV mostram que um ovo tamanho 15 custa R$ 18,89, 10,2% a mais que em 2008, mas mais barato que a média nacional, que ficou em R$ 19,26 ; calculado nas regiões metropolitanas de Salvador, Recife, São Paulo, Belo Horizonte, Rio de Janeiro e Porto Alegre, além de Brasília. O número 20 custa, no DF, R$ 26,83, e, na média brasileira, R$ 27,50. » Áudio: ouça a entrevista de Adelmir Santana, presidente da Fecomércio

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