Economia

Brasileiro trabalha menos horas para comprar cesta básica, diz Dieese

postado em 10/07/2009 20:17
O trabalhador brasileiro que ganha salário mínimo comprometeu 98 horas e 58 minutos da jornada mensal de serviço, em média, no mês de junho, para adquirir os 13 itens da cesta básica de alimentos: arroz, feijão, carne bovina, tomate, banana, açúcar, óleo de soja, café, pão francês, batata, leite integral, manteiga e farinha de mandioca. O cálculo é do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), que constatou barateamento da cesta básica em 13 das 17 capitais pesquisadas nos últimos 12 meses. Houve aumento de preços só em três capitais - Salvador, Vitória e Goiânia. Manaus, que entrou na pesquisa há pouco tempo, não tem base de equivalência anual. [SAIBAMAIS]Mesmo nas capitais em que a cesta básica aumentou em relação a junho do ano passado, houve redução do número de horas necessárias para a compra dos alimentos, explicada, principalmente, por causa do aumento do poder de compra do trabalhador de baixa renda, que teve o salário mínimo reajustado em mais que o dobro da inflação. O melhor comportamento de preços foi registrado em Aracaju, onde a cesta básica tem o menor custo (R$ 176,35) do país, com redução de 8,03% em relação a junho de 2008, e corresponde a 83 horas e 26 minutos trabalhados. Porto Alegre tem a cesta básica mais cara (R$ 243,66) mesmo tendo ficado 1,24% menor na comparação anual. Na capital gaúcha, o trabalhador compromete 115 horas e 17 minutos de seu trabalho mensal para adquirir a cesta básica de alimentos. De acordo com o levantamento do Dieese, só o comércio de Salvador, Vitória e Goiânia elevou os preços em, respectivamente, 7,27%, 3,10% e 0,51%. Em compensação, além de Aracaju, houve quedas significativas nos preços praticados em Florianópolis (-8,69%), Belo Horizonte (-7,56%), São Paulo (-6,99%), Rio de Janeiro (-6,76%), Brasília (-6,61%) e Curitiba (-6,18%). A pesquisa verificou ainda que a redução anual dos preços da cesta básica só não foi mais acentuada porque alguns produtos tiveram alta nos últimos meses. Um exemplo foi o leite, que ficou mais caro em 15 capitais, na comparação com o mês de maio, com reajustes acima de 12% no Rio de Janeiro, São Paulo, Vitória, Brasília, Florianópolis e Curitiba. Em ritmo menor, a pesquisa constatou aumentos também do óleo de soja em 13 das cidades pesquisadas, na comparação com maio deste ano, mas, quando a equivalência é com junho do ano passado, constata-se que o produto ficou mais barato em todas elas. Outros itens que também tiveram aumento foram batata, carne, pão francês, café e açúcar. O arroz e o feijão, que compõem a base da cozinha brasileira, tiveram queda generalizada de preço em todo o país, devido às boas safras agrícolas dos dois últimos anos. Tomando por base o comércio do Distrito Federal, o Dieese verificou variações negativas também nos preços de farinha, tomate, banana e manteiga.

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