Economia

Sem crise, Rondônia cresce 8%

postado em 19/07/2009 09:16
O cemitério de locomotivas da Ferrovia da Morte (Estrada de Ferro Madeira-Mamoré), localizado entre Porto Velho, capital de Rondônia, e Santo Antônio, povoado vizinho, esconde a nova fronteira do emprego e dos investimentos no país. Os mais de R$ 23 bilhões que já começaram a ser investidos no município para a construção da Usina Hidrelétrica de Santo Antônio (3.150 MW) e da Usina Hidrelétrica de Jirau (3.300 MW), ambas no rio Madeira, transformaram o estado numa ilha de crescimento econômico e na nova fronteira do emprego no Brasil. Além desses recursos, no mínimo mais R$ 1 bilhão em investimentos paralelos estão aportando em Porto Velho, com a instalação de construtoras, como a Direcional Engenharia, que chegou à cidade no início do ano passado prevendo lançar 600 apartamentos e acabou vendendo 1.500 unidades %u2014 em 2009, serão outras 800, sem contar um bairro novo, com 2.800 residências. "Estimamos que, nos últimos quatro meses (março a junho), o Produto Interno Bruto (PIB) de Rondônia tenha crescido 8% em comparação com igual período de 2008", calcula o presidente da Federação das Indústrias de Rondônia (Fiero), Dênis Roberto Baú. Números do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho, mostram que o crescimento econômico e os investimentos na cidade ignoram solenemente a crise global. Em todo o ano de 2008, o saldo de empregos em Porto Velho ficou positivo em 3.896 vagas. Até maio deste ano, o número de postos de trabalho aumentou 230%, saltando para 9.007. Em todo o estado de Rondônia, 2008 fechou com saldo positivo de 5.380 empregos com carteira assinada. De janeiro a junho deste ano, o número foi quase três vezes maior. Qualificação A rondonense Telma Maria Rodrigues, mãe de três filhos, comemora. Ela participou do programa de treinamento de mão de obra Acreditar, da Odebrecht, uma das sócias do consórcio Santo Antônio Energia, e foi contratada como operadora de escavadeira hidráulica , com salário de R$ 1,7 mil. Ex-professora primária, deixou de dar aulas quando aprendeu a dirigir. O programa Acreditar superou as expectativas do consórcio Santo Antônio, que, esperava contratar 70% da mão de obra para a edificação do empreendimento fora do estado. Hoje, 86% das pessoas que trabalham na construção da hidrelétrica são naturais de Rondônia. São 5.200 trabalhadores no canteiro de obras e outros 800 trabalhando na construção de escolas e postos de saúde. Segundo Antônio Cardilli, gerente administrativo do consórcio e do Acreditar, esse contingente despeja na economia de Porto Velho mais de R$ 6 milhões ao mês em salários. Cálculos da Fiero dão conta de que, somando outras fontes pagadoras, cerca de R$ 15 milhões em salários ao mês irrigam a economia do município.

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