Economia

Madoff joga culpa de fraude bilionária nos órgãos reguladores americanos

postado em 29/07/2009 17:09
O ex-financista americano Bernard Madoff, que cumpre sentença de 150 anos de prisão por montar uma das maiores fraudes da história, afirmou que o crime foi possível porque os reguladores dos Estados Unidos "não estavam atentos" ao que fazia, publicou hoje o jornal "New York Post". "Houve vezes em que após recorrer à SEC (Securities and Exchange Commission, a CVM americana), pensava: Fui pego", disse ao advogado Joseph Cotchett, que representa algumas das vítimas do financeiro e que se reuniu com Madoff na prisão de Butner, Carolina do Norte, na terça-feira, e depois relatou o encontro à imprensa. O ex-presidente do Nasdaq e um dos mais reputados assessores financeiros dos Estados Unidos e que entrou na penitenciária em julho, falou com Cotchett por quase cinco horas, segundo relata o jornal. O advogado defendeu a ex-agente da CIA (agência central de inteligência) Valerie Plame contra a Administração do ex-presidente dos Estados Unidos George W. Bush. O especulador contou ao advogado que "tudo começou em meados dos anos 90" e que sentia "muitos remorsos de consciência", por isso "se desculpou de forma repetida pelos danos" causados pela fraude de US$ 65 bilhões. Cotchett, segundo o jornal, não deu detalhes mais precisos sobre as informações reveladas por Madoff e disse que o processo judicial que apresentará nas próximas semanas trará mais pormenores. O jornal informou que o advogado foi a primeira visita recebida pelo ex-financista no presídio, já que nem a esposa nem seus filhos foram vê-lo. Madoff passa boa parte do dia na seção de desenho da prisão, onde começa sua jornada de oito horas às 7h cunhando nomes em diferentes tipos de placas, segundo relatou a imprensa americana nas últimas semanas.

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