Economia

A medida do bem-estar

Evolução mensurada pelo cálculo tradicional do PIB não basta e notáveis propõem parâmetros baseados na qualidade de vida

postado em 27/09/2009 09:34
A riqueza de um país deveria ser medida não apenas considerando os bens e serviços que produz, mas também o nível de bem-estar alcançado por seu povo. É o que propõe uma comissão de notáveis liderada pelos economistas Joseph Stiglitz e Amartya Sen, ambos ganhadores do Prêmio Nobel de Economia, e Jean Paul Fitoussi, do Institut d%u2019Etudes Politiques, a pedido do presidente da França, Nicholas Sarkozy. Além da produção, os indicadores deveriam capturar o comportamento e a distribuição da renda familiar, do consumo e da riqueza, considerar em quais atividades as pessoas trabalham e o que fazem fora da jornada e incluir informações sobre educação, saúde, meio ambiente, conexões sociais, aspectos políticos e insegurança em relação à economia e ao futuro da natureza. A Comissão de Mensuração do Desempenho Econômico e da Evolução Social teve o desafio de identificar as limitações de um indicador como o PIB (Produto Interno Bruto, que é soma dos bens e serviços produzidos por um país em um determinado período de tempo), amplamente utilizado. O PIB consegue sinalizar a progressão ou a regressão da riqueza, mas não considera disparidades individuais e sociais. Os notáveis %u2014 economistas e cientistas sociais de várias universidades e organismos europeus %u2014 também deveriam propor indicadores para medir o progresso social dos países. Atualmente, por exemplo, os Estados Unidos ocupam o quarto lugar no ranking do Banco Mundial relativo ao valor do PIB por habitante (PIB per capita) e a 15ª colocação no ranking de desenvolvimento humano (IDH), índice elaborado pela Organização das Nações Unidas. Um mede a produção; o outro pondera indicadores de renda, educação e longevidade. Em um exercício utilizando números de 2004, a comissão simulou o que aconteceria com os indicadores da Itália. Pelo tradicional ranking do PIB, a Itália ocupava a 18ª posição. Considerando o conjunto de aspectos econômicos, sociais e ambientais relacionados à qualidade de vida, ao bem-estar e ao trabalho doméstico, o país subiu para o 11º lugar.

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