Economia

DF atrai cada vez mais pessoas interessadas em estudar para concursos

postado em 09/11/2009 08:29
Brasília é nacionalmente conhecida como a capital do serviço público. A concentração de órgãos da administração federal atrai os olhos de concurseiros de todo o país que têm interesses em comum: bons salários e estabilidade no emprego. Levantamento feito pelo Grupo Gran Cursos mostra que 20,19% dos alunos que estudaram na instituição não eram do Distrito Federal. E há representantes de todas as unidades federativas. Se para os islâmicos todos os caminhos levam a Meca, para os candidatos a uma vaga no serviço público o volume de oportunidades oferecidas na cidade e o número de concurseiros se preparando ao mesmo tempo são um incentivo a mais para a peregrinação. Por isso, a capital federal é carinhosamente chamada de "Meca dos Concursos". E, acredita-se, que essa atmosfera faz toda a diferença na preparação. Números do Ministério do Planejamento apontam o crescimento da participação de Brasília no quantitativo de servidores ativos do Poder Executivo. Há 13 anos, 8,8% do funcionalismo do Executivo estavam no DF. Hoje, são 10,91%, ou seja, 59.464 funcionários. Na mesma comparação, o Rio de Janeiro, que foi capital federal entre 1763 e 1960, tinha 22% do número total de servidores em 1996 e, atualmente, representa 20,63%. Os dados revelam o que a administradora Maria Rosileide Barbosa descobriu há cerca de uma década. A tocantinense de 37 anos é uma das 1.649 representantes do estado que passaram pelas salas do Gran Cursos e mudou-se para Brasília em busca de "novas oportunidade de mudança de vida". Transferida da pequena Pedro Afonso - a 215 quilômetros de Palmas - pela empresa que trabalhava, Maria fez faculdade e há três anos decidiu se dedicar exclusivamente a concursos públicos. "Não me lembro de quando comecei a pensar em ser servidora pública", diz. Ela conta que colegas que estavam estudando chamaram sua atenção para as vantagens, o que despertou seu interesse. A batalha surtiu efeito. Nesta semana, ela começa a trabalhar no Ministério do Esporte. "Fui aprovada em primeiro lugar das cinco vagas para administrador", conta Rosileide, satisfeita. Às vésperas de começar no emprego novo, ela foi encontrada em meio a livros e apostilas. "Esse ainda não é meu objetivo final, quero trabalhar em um órgão como o Tribunal de Contas da União (TCU)", ressalta. Ela tenta justificar a preferência por Brasília quando o assunto é se preparar para concursos públicos: "Acho que, na cidade, respira-se concurso público. Aqui estão os melhores concursos. A maioria dos professores trabalha nos órgãos em que podemos vir a trabalhar. Isso nos traz mais segurança", afirma. "Há uma discrepância enorme entre as seleções estaduais e municipais e as existentes no âmbito federal, especialmente quando o assunto é o salário", emenda. Férias comprometidas O endereço de Beethoven Alves de Oliveira, 33, nas próximas duas semanas é mais de mil quilômetros distante da esposa e dos dois filhos. O oficial de justiça que mora em Jacarezinho (PR) - a 388quilômetros de Curitiba - trocou o lazer e o descanso das férias para se preparar para o concurso da Polícia Civil do DF. "Faz duas semanas que estou aqui e ficarei ocupando minha cabeça o dia todo para não pensar na saudade", diz. A rotina de Beethoven inclui quatro horas de aula pela manhã e seis horas de estudos durante a tarde. Apesar de morar no Paraná, ele é mineiro e encara a troca de casa pela segunda vez. "Em 2000, passei três meses em Brasília estudando para a Justiça Federal e a Polícia Civil do DF", conta. Ele foi aprovado nos dois concursos. Mas, quando foi chamado para tomar posse como papiloscopista, já estava trabalhando como oficial de justiça. "Brasília tem uma estrutura maior, os professores são mais qualificados", explica. Minas Gerais é o quinto estado com maior presença no levantamento do curso preparatório: 2.825, o que equivale a 1,48% dos alunos. Os paranaenses estão na 11ª colocação, com 242 alunos matriculados.

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