Economia

Pior fevereiro para a família de baixa renda

Mesmo com queda, a inflação para os que ganham menos continuou elevada, em 0,9%

postado em 05/03/2010 08:21
O custo de vida está mais pesado para a baixa renda do que para o restante da população. Em 2010, as famílias brasileiras com renda familiar de até 2,5 salários mínimos viveu o fevereiro de inflação mais forte dos últimos seis anos, início da série histórica do Índice de Preços ao Consumidor ; Classe 1 (IPC-C1), da Fundação Getulio Vargas (FGV). No mês, a inflação para essas pessoas se elevou em 0,9% ; apesar de uma desaceleração de 0,42 ponto percentual frente a janeiro. Há uma tendência, segundo especialistas, de que o número caia nas próximas avaliações mensais, mas isso ocorrerá de forma lenta, de modo que o ano terminará com inflação maior do que a de 2009.

Para a população de baixo poder aquisitivo, o custo de vida ficou 0,22 ponto percentual maior que a inflação para o restante dos brasileiros. Somente nos dois primeiros meses de 2010, acumulou alta de 2,23%, quase metade do valor definido como centro da meta de inflação pelo Banco Central. ;A taxa em 12 meses está em aceleração. Isso indica que a inflação que tivemos nos mesmos meses do ano passado foi superada este ano;, avaliou o economista da FGV André Braz. ;As taxas de janeiro e fevereiro superaram as de 2009 e isso indica que existe uma persistência na inflação, o componente de aceleração está disseminado por todo o índice.;

Transporte

O vilão deste início de ano é a tarifa de transporte coletivo, que sofreu reajustes em São Paulo e no Rio de Janeiro, unidades da Federação com maior peso na formação do IPC-C1. Com essas altas, somente em fevereiro, o grupo de transportes ficou mais caro em 2,67%. Em segundo lugar, puxando para cima a inflação da baixa renda, estão os alimentos, que obtiveram uma alta de 1,41%, na média. Frente a janeiro, o tomate foi um dos itens cujo preço mais cresceu, marcou alta de 33,47%. Na esteira dos vilões da inflação vem a laranja-pera (13,98%), o açúcar refinado (12,24%) e o leite tipo longa vida (4,63%).

Segundo Braz, o custo do transporte coletivo é um dos de maior peso no bolso do consumidor de poucos recursos mas, mesmo que ele não sofresse reajustes no início deste ano, ou ao menos em fevereiro, ainda viria alta, acima da média histórica, calculada em 0,2%. ;Esses meses não são marcados por reajustes de ônibus urbanos. Mas, mesmo que a gente não contasse com essas altas, teríamos um fevereiro bem acima da média em função dessa aceleração disseminada em diversos preços.;

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