Economia

Ghosn prossegue na Renault

postado em 01/05/2010 13:15
O brasileiro Carlos Ghosn será presidente da Renault por mais quatro anos. A decisão foi divulgada ontem, após assembleia dos acionistas. Ghosn, que é títular do cargo desde o ano passado, é também diretor da Nissan, principal sócia da empresa francesa.

Ao saber da renovação, Ghosn defendeu a aliança(1) das duas fabricantes com a alemã Daimler. ;Com a Daimler, entramos num seleto clube de grupos que produzem mais de 7 milhões de automóveis por ano;, destacou. E reiterou que a Renault voltará a apresentar lucros líquidos, no mais tardar, em 2011.

O brasileiro, que chegou à gigante francesa com o prestígio de ter reerguido a Nissan e com uma imagem de ;cost killer; (redutor de custos), deverá agora fazer frente ao desaparecimento progressivo das ajudas públicas estatais ao setor na Europa, seu principal mercado. O plano de troca de carros velhos manteve as vendas durante o primeiro trimestre. A cifra de negócios aumentou quase 28,4%. Mas este efeito poderá terminar no segundo trimestre, e a Renault se mostra prudente em relação ao restante do ano.

Na terça-feira, a montadora reiterou que espera ;condições ainda difíceis em 2010 e um mercado europeu que poderá sofrer uma queda de 10%; em relação a 2009. A Renault faz parte dos grupos automotivos mais duramente afetados pela crise, com uma perda líquida de 3,1 bilhões de euros em 2009, devido, em grande parte, à participação em empresas associadas com a japonesa Nissan ou com a sueca Volvo. O resultado é que, pelo segundo ano consecutivo, a montadora não deverá repassar dividendos a seus acionistas. Quanto ao valor da ação Renault, apesar de quase duplicar no ano passado, foi dividida por mais de cinco em 2008.

1 - Parceria estratégica
A aproximação entre a Renault e a Daimler poderá resultar em uma plataforma comum para os veículos pequenos das duas montadoras (Twingo e Smart). A aliança pode render ainda uma cooperação na área de veículos elétricos, considerada essencial pela empresa francesa.

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