Economia

Papéis gregos são rebaixados

Moody's reclassifica títulos da dívida pública para grau especulativo, os chamados junk bonds. Fitch diz que aguardará até o fim do ano para avaliar a situação depois dos ajustes

postado em 15/06/2010 07:56
A agência de classificação de risco Moody;s reduziu novamente a nota da dívida soberana da Grécia para grau especulativo, os chamados junk bonds (lixo), citando os riscos associados ao pacote de ajuda da Zona do Euro e do Fundo Monetário Internacional (FMI). A agência rebaixou a classificação grega em quatro pontos, de A3 para Ba1, um degrau dentro do grau especulativo. A perspectiva para a nota agora é estável.

O pacote de resgate ;efetivamente elimina a curto prazo qualquer risco de default provocado por problemas de liquidez e encoraja a implementação de reformas estruturais críveis, viáveis e compatíveis com o incentivo ao crescimento econômico, tendo uma grande probabilidade de estabilizar o serviço da dívida em níveis administráveis;, afirmou Sarah Carlson, analista da Moody;s. ;No entanto, os riscos macroeconômicos e de implementação associados ao programa são substanciais e mais consistentes com uma nota Ba1.;

Já a Fitch não tem planos imediatos de cortar a dívida do país, disse o analista Chris Pryce. ;A menos que haja um desdobramento não previsto, nós esperaremos os últimos meses do ano para ter uma ideia do sucesso que o governo grego tem tido ao implementar as políticas combinadas;, disse ele. ;Essa ainda é nossa visão. Nos sentimos confortáveis em ter (o país) como grau de investimento.;

Ontem, auditores da União Europeia e do Fundo Monetário Internacional (FMI) estiveram no Banco da Grécia para encontro com o dirigente George Provopoulos, depois de ter se reunido com dirigentes do Ministério das Finanças, em Atenas. Os auditores iniciaram uma semana de visitas ao alto escalão grego para acompanhar a implantação das medidas de ajuste fiscal.

Espanha sem crédito

O secretário do Tesouro da Espanha admitiu que uma restrição de liquidez nos mercados internacionais está afetando alguns bancos. Mas uma importante instituição financeira avaliou que o problema é ainda mais agudo. ;Isso é definitivamente um problema;, disse o secretário do Tesouro, Carlos Ocana, quando questionado sobre as dificuldades enfrentadas pelos bancos espanhóis. ;A maneira de recuperar a confiança é tomar medidas decisivas e concretas.;

A Espanha está implementando vários programas econômicos ao mesmo tempo para se salvar de uma crise: um programa adicional de austeridade de 15 bilhões de euros, reestruturação do rígido mercado de trabalho e consolidação do setor bancário. Todos são vistos como essenciais para garantir que a frágil economia escape de uma recessão.

O presidente do BBVA, segundo maior banco da Espanha, Francisco Gonzalez, concordou que os problemas para a dívida soberana do país estão dificultando a capacidade de empréstimos das companhias. ;Se o governo espanhol tem dificuldade para se financiar fora da Espanha, então as dificuldades serão ainda maiores para os que estão no setor privado;, disse ele.

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