Economia

Telebrás força custo menor

Estatal aprova minuta de estatuto. Um dos objetivos da companhia será reduzir o preço de acesso à internet de banda larga, que está no grupo de despesa que compromete 29,2% da renda dos trabalhadores

postado em 24/06/2010 07:18
De acordo com a Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF), as famílias brasileiras gastam, em média, 29,2% do orçamento com habitação ; o que inclui despesas com comunicação, como telefonia (móvel e fixa) e internet. O comprometimento dos que têm renda mensal de até R$ 830 sobe para 37,2%, baixando para 22,8% entre os que ganham mais de R$ 10.375. Com a intenção de reduzir esses custos, o governo decidiu ressuscitar a Telebrás, cuja missão será tirar do papel o Plano Nacional de Banda Larga (PNBL). Para acelerar o ritmo, o Conselho de Administração da estatal aprovou ontem uma minuta do estatuto da empresa, que deve ser votado até julho pela Assembleia Geral de Acionistas.

Segundo o presidente da companhia, Rogério Santanna, o estatuto servirá para materializar a recriação da Telebrás. ;É um ato importante para começarmos a estruturar a estatal com novas diretorias e gerentes;, disse. O documento define como finalidade da empresa a prestação de suporte a políticas públicas de conexão à internet em banda larga em pontos de interesse coletivo, como escolas, universidades e hospitais.

O texto da minuta também informa a renúncia de Ronaldo Dutra de Araújo da Presidência do Conselho de Administração. Para o lugar dele, foi designado o coordenador de Inclusão Digital da Presidência da República, Cezar Alvarez, cujo nome já foi encaminhado à Casa Civil pelo ministro das Comunicações, José Filardi. ;Vamos aguardar. Sei que meu nome foi sondado, mas nada ainda foi confirmado;, desconversou Alvarez, que participou ontem do Fórum Brasil Conectado, espaço instaurado pelo governo para discutir com representantes do setor privado e da sociedade civil ações e ideias para o PNBL.

Infraestrutura
No total, 56 representantes de instituições estiveram presentes ao encontro, previsto pelo próprio cronograma do programa do governo, que tem a intenção de usar a infraestrutura de rede da estatal para oferecer conexões de 512 Kbps por R$ 35. Para Alvarez, um dos passos que devem ser discutidos nas reuniões do fórum, que acontecerão a cada dois meses até dezembro, é a definição das primeiras localidades que serão conectadas. ;Temos que definir os critérios para a escolha das primeiras 100 cidades, além das 15 capitais já previstas;, afirmou Santanna.

;Uma coisa é certa, elas devem estar no máximo a 100km do backbone (espinha dorsal da rede) para facilitar o acesso daquilo que chamamos de última milhagem, que é a entrega do serviço à casa do consumidor;, disse Alvarez. Para ele, o fórum é uma boa oportunidade para que os agentes envolvidos discutam sobre os caminhos adotados durante todo o processo de instauração da estatal. ;Queremos que todos sejam ouvidos.; De acordo com dados do Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI), apenas 27% dos domicílios contam com acesso à web. ;O governo acredita que a inclusão digital é uma maneira de acelerar o desenvolvimento econômico e social do país.;

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