Economia

Brasil contra taxa dos bancos

postado em 28/06/2010 08:10
Toronto, Canadá ; Representando o Brasil nas reuniões do G-20, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse que a consolidação da economia mundial não pode custar o esforço e a penalização dos países emergentes. ;Os países exportadores não podem fazer os ajustes às nossas custas;, disse ele. ;Não sou contra os ajustes, mas é desejável que os países emergentes não carreguem nas costas a retomada do crescimento (econômico);, sugeriu.

Determinado a ampliar o espaço nas discussões econômicas mundiais, o Brasil assumiu opiniões divergentes das defendidas por Estados Unidos e União Europeia. Como os norte-americanos, o governo brasileiro prega que a crise econômica seja combatida com corte de gastos, desde que não se restrinjam as medidas de estímulo à retomada do crescimento. Ao contrário de Estados Unidos e Europa, no entanto, o Brasil não quer a taxação dos bancos e espera a reformulação do Fundo Monetário Internacional (FMI).

Segundo o ministro, é possível consolidar o setor financeiro com corte de gastos públicos e a adoção de políticas de estímulo ao consumo. De acordo com Mantega, o Brasil é ;bastante assertivo; nessa defesa e não aceita recuos. Mas na declaração final, o G-20 não se furtará a recomendar a taxação dos bancos, embora nenhum dos países do grupo seja obrigado a seguir. O Brasil integra a ala dos países contrários à medida.

Missão cumprida
Mantega disse que o Brasil e outros países emergentes cumpriram a lição de forma correta, garantindo ações internas que impediram a contaminação pela crise. O ministro reiterou que são os países emergentes que estimulam o crescimento mundial, exercendo o papel de ;puxadores; da economia. ;Os países avançados é que estão retardando o crescimento econômico;, afirmou.

E aproveitou para elogiar as últimas medidas adotadas pelos governos da Grécia, da Espanha e de Portugal para combater os efeitos da crise e impedir o agravamento da situação. Segundo ele, essa reunião do G-20 ocorre em um momento melhor do que há alguns meses. ;A economia mundial está se recuperando, mesmo na União Europeia há recuperação;, analisou.


CHINA: EQUILÍBRIO EXIGIRÁ TEMPO
A China sabe que tem um papel crucial no reequilíbrio da economia global, mas as mudanças que são necessárias não podem acontecer da noite para o dia, disse o presidente chinês, Hu Jintao, durante o G-20. Em seu discurso, ele não fez menção à política cambial de seu país, que, segundo os críticos, mantém a moeda desvalorizada e dá à China uma vantagem comercial injusta. Omitindo qualquer referência à controversa questão, Hu Jintao sugeriu que isso era suficiente para o momento. ;Será um processo longo e complexo para alcançar um crescimento forte, sustentável e equilibrado na economia mundial. Isso não pode acontecer da noite para o dia;, afirmou.

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