Economia

No mundo de cartéis e fusões

postado em 07/07/2010 07:40
Em vez de curtir as férias descansando, 26 estudantes de direito e economia de 14 estados do Brasil optaram por passar o mês de julho imersos em uma experiência inusitada na capital federal. Eles foram selecionados entre 175 inscritos para participar da 30; edição do Programa de Intercâmbio do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Pincade), um projeto educacional do órgão brasileiro de proteção da concorrência, ligado ao Ministério da Justiça, que é responsável pela avaliação e análise das operações de fusão e aquisição de empresas e pelas condutas anticompetitivas, como o cartel.

A área conhecida como direito de concorrência está em alta. Com o crescimento da economia do país, aumenta o interesse de grandes empresas de se unirem para abocanhar uma fatia maior do mercado. É o que fizeram Oi e Brasil Telecom, Nestlé e Garoto, Sadia e Perdigão. Para cuidar da parte jurídica desses processos e do impacto dessas fusões na economia, faltam profissionais capacitados. De olho na necessidade de qualificação, o Cade abriu vagas para que estudantes acompanhem a rotina dos membros do conselho em seus gabinetes e tenham contato com a teoria e a prática jurídica, por meio de um curso com os melhores professores do país, além de palestras com conselheiros, pesquisas, análise de casos reais e elaboração de notas técnicas.

Estudantes Fernanda Simon (à frente), Lucas Mendes e Patrícia Maioli em intercâmbio no CadeSegundo o diretor do programa, José Antônio Zietbarth, o campo ainda é restrito. ;Um número reduzido de faculdades de direito e economia trabalham com direito da concorrência e econômico;, disse. Segundo ele, é cada vez mais importante difundir a defesa da concorrência, já que a atividade econômica passou a ser regulada pelo Estado. ;O Cade tem uma posição central na busca da justa competição entre agentes econômicos e aumento do bem-estar dos consumidores;, justificou.

Dia a dia
Uma das participantes do intercâmbio, a estudante de direito da Universidade Estadual de Maringá (UEM) Patrícia Maioli, 23 anos, conheceu o projeto no ano passado, durante uma palestra de Zietbarth em sua faculdade. Interessou-se pelo tema, tratou de integrar um grupo de pesquisa e agora pretende ser professora da área. ;Além da excelência dos professores, quero aproveitar para estar no dia a dia do trabalho;, revelou. Atraído pela interface entre direito, economia, iniciativa privada e regulamentação do Estado, o aluno de direito de Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) Lucas Mendes, 23 anos, está animado com a experiência. ;Quero aproveitar essa oportunidade única de me aprofundar no tema e conhecer o funcionamento da capital federal.;

A estudante de economia pela Universidade Federal de Alagoas (UFAL) Keila Barbosa, 28, pretende utilizar os novos conhecimentos para aperfeiçoar a monografia, que abordará as consequências do direito de concorrência sobre a sociedade. ;Quero descobrir como a sociedade se comporta diante do tema e quais os benefícios;, disse.

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