Economia

Europa ainda luta para superar a crise

França prevê menor expansão em 2011, Grécia precisa cortar mais 4 bilhões de euros nos gastos e Alemanha projeta trimestre ameno

postado em 21/08/2010 09:30
Os problemas na Europa(1) parecem não ter fim. E não cessam com um crescimento de 1% do Produto Interno Bruto (PIB) da Zona do Euro no segundo trimestre em relação ao primeiro. Ontem, o governo da França reduziu sua previsão de expansão para 2011 de 2,5% para 2%, mais próxima das projeções de economistas do setor privado.

Já a Grécia, de acordo com a Comissão Europeia, atingirá a meta de redução de deficit público se cumprir a promessa atual de manter os gastos do orçamento 4 bilhões de euros acima do planejado, para contrabalançar uma queda na receita. E, para concluir, o Ministério das Finanças da Alemanha afirma que a recuperação da economia irá continuar no segundo semestre do ano, mas em um ritmo mais ameno conforme desacelera a demanda global.

Extraordinário
Em plena sexta-feira, o presidente da França, Nicolas Sarkozy, convocou uma reunião de emergência com um grupo de ministros para discutir maneiras de reduzir o deficit orçamentário do país, depois que um importante membro de seu partido pediu a diminuição dos créditos tributários. Com a popularidade se aproximando de mínimas históricas, Sarkozy interrompeu suas férias de verão e se encontrou com o primeiro-ministro, François Fillon, a ministra da Economia, Christine Lagarde, e o representante para orçamento do ministério, François Baroin, em um forte costeiro no sul da França.

Foi uma reação à agência de classificação de risco Moody;s que alertou a França que o país está perto de perder a nota de crédito ;AAA;. Em comunicado, o governo reviu para baixo a previsão de crescimento para 2011 e reafirmou que a redução do deficit fiscal é uma prioridade do país, comprometendo-se a eliminar 10 bilhões de euros em estímulos tributários. ;O presidente disse que cortar o deficit público para 6% do PIB em 2011, qualquer que seja o nível de crescimento econômico, é o principal objetivo do país;, disse o comunicado do Palácio do Eliseu.

Já a Grécia precisará cortar o gasto do governo em mais 4 bilhões de euros neste ano para contrabalançar uma queda na receita, se quiser reduzir seu deficit para 8% do PIB, avaliou a Comissão Europeia. Em 2009, a Grécia teve um rombo de 13,6%. O governo grego prevê um gasto público de 77,073 bilhões de euros em 2010, queda de 5,3% sobre 2009. A expectativa para a receita é de 58,382 bilhões de euros.

A Alemanha, por sua vez, aposta em uma velocidade mais branda de sua economia no segundo semestre, decorrente da demanda global menos firme. ;Os indicadores econômicos mensais apontam um início positivo da economia alemã no terceiro trimestre;, disse o Ministério das Finanças, acrescentando que a expansão é generalizada, com consumo privado e investimento em alta, assim como as exportações. ;Ainda assim, o impulso econômico deverá ser considerado menos forte no segundo semestre do ano que no primeiro.;

1 - Programa estendido
O Banco Central Europeu (BCE) deveria estender o crédito ilimitado a bancos até depois do fim do ano e retomar as discussões sobre retirada de estímulos no início de 2011, disse Axel Weber, membro do Conselho Executivo do banco. O BCE deve decidir se estenderá as operações de liquidez ilimitada a bancos na reunião de 2 de setembro, e as declarações de Weber alimentam expectativas de que o programa seja renovado para mais um trimestre.

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