Economia

Economia dos EUA fraca influencia bolsas

Vera Batista
postado em 26/08/2010 07:00
A fragilidade da economia americana continua derrubando os mercados (1) mundo afora. A cada dia, más notícias renovam as apreensões dos investidores. Ontem, o Departamento de Comércio dos Estados Unidos comprovou, de acordo com dados computados até fim de julho, que a venda de imóveis novos caiu 12,4%, o pior resultado da taxa anualizada, desde 1963.

O Ibovespa, índice mais negociado na BM, oscilou durante todo o dia no campo negativo. Encerrou em leve queda pelo quinto pregão consecutivo. Ontem, a baixa foi de 0,54%, nos 64.803 pontos. O resultado não foi pior, porque alguns bons resultados corporativos nos Estados Unidos deram um pouco de ânimo aos investidores.

A instabilidade econômica nos EUA começa a dar espaço a boatos de que o país mais poderoso do mundo poderá sofrer danos semelhantes aos que o Japão vivenciou há cerca de 30 anos, quando o preço dos imóveis explodiram, os bancos que financiavam o setor quebraram e a bolsa de valores caiu de 38.000 pontos para 9.000 pontos.

;Existe uma corrente que prevê o risco de o Índice Dow Jones, da Bolsa de Nova York, despencar dos 10 mil para 3.500 pontos. Por enquanto é só uma teoria, mas não deve ser desprezada;, alertou o economista Demetrius Borel Lucindo, da Corretora Prosper. O Dow Jones, ontem, lutou para defender a importante linha dos 10 mil pontos. Chegou a operar a 9.964 pontos. Depois de um pregão inicialmente desfavorável, o indicador encerrou em alta de 0,20%, nos 10.060 pontos.

Influência

A Europa também foi arrastada pelos fatos. O pessimismo começou no fim de terça-feira, após o anúncio de redução da nota soberana da Irlanda pela agência de classificação de risco Standard & Poor;s. A bolsa de valores de Londres caiu 0,90%. A de Frankfurt cedeu 0,61%. E a de Paris registrou baixa de 1,17%.

Os investidores observam com ;distanciamento crítico;, segundo analistas, o projeto alemão de adotar uma taxa bancária para evitar que a população saia prejudicada com a falência dos bancos. A intenção é fazer os bancos destinarem parte de suas receitas a um fundo, que poderá socorrê-los em momentos de crise.

Na Ásia, os mercados também reagiram mal aos dados de vendas de imóveis usados nos Estados Unidos, divulgados anteontem. A bolsa de Xangai encerrou com desvalorização de 2,03%. A de Hong-Kong recuou 0,11%. E no Japão, as perdas foram de 1,66%, influenciadas também pela desvalorização do dólar frente à moeda local, que pesa sobre as vendas dos exportadores.

1 - Dólar sobe
O dólar fechou em alta pela quarta sessão consecutiva. A moeda norte-americana encerrou o dia cotada a R$ 1,764 para compra e a R$ 1,766, para venda, com valorização de 0,06%. Com esse resultado, o dólar acumula valorização de 0,57%, em agosto, frente à queda de 2,66% do mês passado. No ano, a alta acumulada já chega a 1,42%.

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