Economia

Observatórios vão ajudar governo a medir economia criativa no país

postado em 10/05/2012 09:01
Rio de Janeiro - A Secretaria de Economia Criativa do Ministério da Cultura (MinC) lança no dia 1; de junho o Observatório Brasileiro da Economia Criativa (Obec), que vai coordenar a implantação de unidades como essa em todos os estados. No mesmo dia, será lançado o Fórum Permanente da Economia Criativa.

O assunto é tema de seminário que começa nesta quinta-feira (10/5) em Nova Friburgo, no Rio, com a participação da secretária de Economia Criativa do MinC, Cláudia Leitão. O Seminário Serrano de Economia Criativa irá até amanhã e tem o objetivo de mostrar aos empreendedores da região como podem transformar elementos como inovação e criatividade em ferramentas para atingir o desenvolvimento econômico. A ideia é inserir a economia criativa como estratégia de desenvolvimento para a região serrana do estado do Rio.

A secretaria está liberando recursos, no valor de R$ 7 milhões, para bolsas na área de software (programas de computador) em 14 estados. Em 2013, o projeto será ampliado para mais 13 estados. ;Até 2013, já teremos um observatório de pesquisa para essa economia em cada estado. São recursos destacados da secretaria para as universidades federais;, disse Cláudia.

Ela explicou que esses observatórios vão ajudar a medir a dimensão da economia criativa nos estados. A expectativa é divulgar, ainda este ano, os primeiros números relativos ao setor.

No dia 1; de junho, também será assinado convênio entre a secretaria e o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), visando à formulação da Conta Satélite da Cultura, que vai desagregar os dados dessa área. ;Daqui a quatro anos, teremos o Produto Interno Bruto (PIB) dessa economia, ou seja, o que os segmentos criativos agregam ao PIB brasileiro;. O IBGE já está trabalhando há três meses com a secretaria nesse projeto.

Claudia Leitão assina, no dia 31 de maio, parceria com o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Como o Brasil tem 27 estados, mas apenas 18 institutos de pesquisa estaduais, a secretária disse que a ideia é, a partir do convênio com o Ipea, estimular a criação de institutos onde eles não existem. Essa é a meta até 2014. ;Um estado não pode deixar de ter um instituto de pesquisa. Como é que ele formula política pública se não tem informação, dados, sobre ele próprio?;, indagou.

O Ipea já está trabalhando na criação de uma cesta de indicadores para os estados. Enquanto o instituto cuidará do aspecto qualitativo dos dados, a pesquisa de campo será feita pelo IBGE. ;São dois braços fundamentais para nós;.

Serão firmadas ainda parcerias com a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) e o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). ;Vamos criar linhas de economia criativa em todas as fundações de amparo à pesquisa no Brasil;. Segundo a secretária, por meio do programa Ciência sem Fronteira, lançado recentemente, pesquisadores brasileiros terão recursos para estudar nas maiores universidades estrangeiras que abordam a economia criativa.

Ela anunciou que em setembro deste ano será promovido um seminário com a Capes para discutir a primeira pós-graduação em economia criativa no Brasil. ;Há um entendimento de que essa economia é subterrânea, é informal, movimenta muitos arranjos produtivos locais (APLs). As pessoas estão trabalhando e a gente não tem como dizer quanto essa economia movimenta no Brasil;. O interesse é identificar as vocações estaduais e regionais, para que possam ser incentivadas.

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