Economia

Monti desmente rumores de limitação do controle parlamentar por crise

Agência France-Presse
postado em 06/08/2012 16:25
Roma - O primeiro-ministro italiano, Mario Monti, desmentiu nesta segunda-feira (6/8) os rumores de que ele desejaria limitar o controle parlamentar, surgidos após suas declarações ao Der Spiegel, nas quais pediu aos governos, em plena crise do euro, que não se deixassem "refrear" pelos deputados, o que provocou reações na Alemanha.

"Estou convencido de que a legitimidade democrática parlamentar é fundamental no processo de integração europeia. É também por isso que, no Tratado de Lisboa, o papel dos Parlamentos nacionais e do Parlamento Europeu foram reforçados", recordou em um comunicado o chefe do governo italiano.

Ele também disse que "não deseja de maneira nenhuma uma limitação do controle parlamentar sobre os governos, que, pelo contrário, deve ser reforçado". "A autonomia do Parlamento ante o Executivo não é questionada", afirmou.

"Eu só quero destacar a necessidade, para progredir na integração europeia, de manter um diálogo constante e sistemático entre governo e Parlamento", explicou. "No curso de negociações entre governos a nível europeu, uma certa flexibilidade pode ser necessária para se chegar a um acordo", acrescentou.

[SAIBAMAIS]O porta-voz do governo alemão, Georg Streiter, havia recordado pouco antes desta segunda-feira a supremacia dos Parlamento nacionais na gestão da crise na Eurozona. "As decisões dos governos devem ter uma legitimidade democrática. A chanceler (Angela Merkel) está consciente de que na Alemanha os textos devem estar apoiados pelo Parlamento e que este deve participar de sua elaboração", disse na segunda-feira o porta-voz do governo, Georg Streiter, em uma coletiva de imprensa.

Streiter também defendeu o papel do Tribunal Constitucional alemão, que nos últimos tempos tem tendido a reforçar as prerrogativas do Bundestag.



Em uma entrevista concedida ao jornal alemão Der Spiegel, Mario Monti havia pedido aos outros chefes de governo da zona do euro para que conservassem uma margem de manobra ante seus deputados: "Se os governos tiverem que esperar pelas decisões de seus Parlamentos sem preservar seu espaço de negociação, a Europa correria mais o risco de estourar do que reforçar sua integração".

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