Economia

Governo grego registra queda de 6,2% do PIB no segundo trimestre

Agência France-Presse
postado em 13/08/2012 09:24
Atenas - A economia da Grécia, que está no quinto ano consecutivo de recessão, registrou uma grande contração de 6,2% no segundo trimestre em comparação com o mesmo período de 2011, segundo as primeiras estimativas oficiais divulgadas pelo governo.

A contração no primeiro trimestre foi de 6,5%. O Banco da Grécia prevê que o Produto Interno Bruto (PIB) do país recuará 4,5% este ano, depois de uma queda 6,9% em 2011. No relatório mais recente sobre a Grécia, a Comissão Europeia considera que apenas em 2014 o país retornará ao caminho do crescimento.

O governo do conservador Antonis Samaras, apoiado pelos socialistas e pela esquerda moderada, considera o retorno do crescimento uma prioridade, no momento em que o país registra uma gigantesca taxa de desemprego (23,1% em maio).

Contudo, a recuperação de uma economia muito dependente do consumo interno é prejudicada no momento pelas duras medidas de rigor orçamentário impostas ao país em troca de dois resgates financeiros internacionais bilionários.

Em setembro, o governo deve apresentar aos representantes de seus credores institucionais (UE, Fundo Monetário Internacional e Banco Central Europeu) um novo pacote de economia de 11,500 bilhões de euros para os anos 2013 e 2014, que deve incluir cortes de salários públicos e de pensões.

Estes novos cortes, muito impopulares, são uma condição para que Atenas receba em breve um lote de mais de 31 bilhões de euros como parte do segundo plano de resgate do país, de um total de 130 bilhões, acordado no ano passado pela UE e pelo FMI.

Nesta segunda-feira (13/8), um dos líderes do partido conservador da chanceler alemã, Angela Merkel, Michael Fuchs, disse o jornal Handelsblatt que Berlim está disposta a vetar a ajuda a Atenas se esta não acomete as medidas de rigor que condicionam o pacote de assistência.

Para assegurar-se que seu país, ameaçado permanentemente de quebra, receberá a ajuda externa, e poderá negociar um prazo suplementar para sanear as finanças públicas, Antonis Samaras receberá no dia 22 de agosto em Atenas o chefe dos ministros de Finanças da Eurozona, Jean-Claude Juncker.

Samaras se reunirá também com Angela Merkel em Berlim em 24 de agosto, e no dia seguinte em Paris com o presidente francês, François Hollande. Refletindo a opinião de muitos analistas, na semana passada, o ministro da Economia alemão, Philipp R;sler, disse que perdeu suas ilusões quanto à Grécia.

"Propus uma série de apoios ao governo grego juntos às empresas alemãs, mas os gregos pouco responderam as nossas ofertas", disse R;sler, que divide o fardo econômico com o influente ministro de Finanças, Wolfgang Sch;uble, encarregado de gerir a crise da dívida europeia na Alemanha.

[SAIBAMAIS]Em 22 de julho, R;sler já havia dito que duvidava da capacidade da Grécia em seguir na zona do euro e afirmou que a possibilidade de saída do país já deixou de gerar espanto há tempos. Um dia depois, o governo alemão afirmou que estava dividido entre a esperança e o ceticismo sobre as perspectivas da Grécia em cumprir seus compromissos com seus credores internacionais.



No dia 7 de agosto, o presidente do Eurogrupo, Jean-Claude Juncker, afirmou que uma saída da Grécia da zona do euro não seria desejável, mas seria "manejável".

Os especialistas do Fundo Monetário Internacional (FMI), da União Europeia e do Banco Central Europeu (BCE), a chamada "troika", começaram a avaliar o programa econômico do novo governo grego em julho.

As conclusões são esperadas para setembro e determinarão se o país receberá ou não o primeiro pagamento de 31,5 bilhões de euros do segundo plano de ajuda para o país, aprovado em fevereiro.

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