Economia

Consolidação dos serviços de alimentação gera boas perspectivas

postado em 26/09/2012 19:56
Rio de Janeiro ; A consolidação do segmento de alimentação como principal empregador no setor de serviços não financeiros no país foi confirmada na Pesquisa Anual de Serviços (PAS) 2010, divulgada nesta quarta-feira (26/9) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A expansão dos negócios é motivo de otimismo para empresários e entidades do setor.

Na pesquisa do IBGE, com dados de 2010, as empresas que prestam serviços de alimentação aparecem liderando o grupo de serviços prestados às famílias em geração de receita, com R$ 55,7 bilhões; em ocupação, com cerca de 1,4 milhões de pessoas empregadas; em número de empresas, com 193.309 unidades; em salários e remunerações, com R$ 13,1 bilhões, e em valor adicionado bruto, com R$ 28,3 bilhões.

;O mercado tem crescido e a gente tem se apresentado mais ao mercado. O crescimento tem ocorrido principalmente no mercado de casamentos. As pessoas estão fazendo investimentos maiores em seus eventos, em suas festas;, disse o empresário Gerardo Ruiz, dono de um bufê no bairro carioca da Tijuca, na zona norte da cidade.

[SAIBAMAIS]Há 17 anos no ramo, Ruiz está otimista e sua empresa, que tem três funcionários fixos e tem uma média de 15 a 20 trabalhadores autônomos durante os eventos, fez investimentos em 2012, com apoio de programas de financiamento com capital de giro do governo federal e consultoria do Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) do Rio de Janeiro.

Com os recursos, que foram aplicados em uma cozinha industrial e em um automóvel utilitário, além da renovação de materiais usados no cotidiano, o empresário espera um retorno financeiro melhor em 2013, com aumento de receita e o atendimento a um público mais exigente, com uma gama de pedidos mais elaborada. Suas expectativas são maior retorno financeiro e poder contratar mais funcionários, dividindo as tarefas gerencias que lhe sobrecarregam.

Apostando em inovação, o chefe de cozinha Joaquim Pedro Paes Leme também investiu na área nos últimos anos, primeiro com um bufê, que gerencia há quatro anos, a partir da cidade de Niterói, na região metropolitana do Rio.

O negócio, que tem seis funcionários fixos, obteve bons resultados e lhe permitiu uma aposta mais ousada: uma empresa que fabrica bolos de polenta, em formato de copinhos, com recheios delicados. Iniciada em março, a nova empreitada vende hoje 52 mil unidades mensais, cerca de 30% da capacidade produtiva, e tem cinco funcionários.

;Foi até surpreendente para gente, não esperava que o retorno viesse tão rápido, que tivesse uma aceitação tão boa;, disse Leme. A empresa de Paes Leme teve a automatização toda adaptada e planejamento prévio, com fase de testes e estudos de gerenciamento e marketing.


O empresário espera recuperar os investimentos em dois anos, em um mercado aquecido. ;Hoje em dia as pessoas estão cada vez mais exigentes, até porque você tem muita opção. Isto exige das indústrias e empresas mais qualidade, que bota o mercado cada vez mais movimentado, com produtos novos e melhores;, disse.

O crescimento do ramo tem sido sentido pela seção carioca do Sebrae, que estrutura 26 pontos de atendimento ao setor no estado, 16 deles apenas na capital. ;Só na cidade do Rio a gente tem aproximadamente uns 12 mil restaurantes e 15 mil bares. O consumo está aumentando e o maior desafio talvez seja impedir o fechamento de empresas. A maior parte dos empresários ainda abre os empreendimentos sem conhecimento de gestão;, diz a coordenadora de Projetos de Gastronomia do Sebrae-RJ, Louise Nogueira.

Apesar da necessidade de planejamento cuidadoso e profissionalização dos empreendedores individuais e pequenos empresários, o bom momento do setor dá uma taxa de sobrevivência entre as melhores considerando os negócios do setor de serviços e tem refletido sobre toda a cadeia produtiva, com boa perspectiva de se tornarem sustentáveis, característica que o Sebrae atribui aos empreendimentos que se mantém por mais de cinco anos.

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