Economia

índice publicado gera temor de nova bolha imobiliária na Grã-Bretanha

O preço médio de uma casa em Londres é 438.000 libras , muito acima das 245.000 libras em toda Grã-Bretanha

Agência France-Presse
postado em 27/09/2013 18:51
Último índice publicado pelo escritório britânico de estatísticas revela que os preços aumentaram 3,3% em um ano na Grã-Bretanha, atingindo seu pico em janeiro de 2008 Cinco anos depois de despencar devido à crise financeira de 2008, os preços dos bens imobiliários voltaram a seus níveis mais altos na Grã-Bretanha, gerando temor de uma nova bolha. Segundo o último índice publicado pelo escritório britânico de estatísticas, os preços aumentaram na Grã-Bretanha 3,3% em um ano - de julho de 2012 a julho de 2013-, atingindo seu pico em janeiro de 2008. Uma situação provocada, sobretudo, pela alta dos preços na capital (%2b9,7%), assediada por fortunas estrangeiras, diferente de lugares como Escócia, onde os preços caíram (-2%) e se mantêm abaixo dos níveis máximos de 2008, assim como em Gales e na Irlanda do Norte. O preço médio de uma casa em Londres é 438.000 libras (703.000 dólares), muito acima das 245.000 libras em toda Grã-Bretanha, 182.000 na Escócia ou 132.000 na Irlanda do Norte. Em um ambiente de recuperação econômica, os empréstimos imobiliários também alcançaram, em agosto, seu nível mais alto desde 2009, enquanto o número de agentes imobiliários nunca tinha sido tão alto. A empresa londrina de agências imobiliárias Foxtons protagonizou, na semana passada, uma entrada na bolsa espetacular. Há aqui todos os elementos para ressuscitar o espectro de uma nova bolha imobiliária, o processo de aumento excessivo dos preços pela especulação, que costuma acabar com uma queda descontrolada que arrasta toda a economia. Mais ainda considerando que o governo do conservador David Cameron, em busca de mecanismos para sustentar a economia, pôs em prática o "help to buy" (ajuda para comprar). Com este mecanismo, o Estado empresta aos compradores até 20% do preço de um bem imobiliário de até 600.000 libras (963.000 dólares). "A anos luz de uma bolha", responde o governo Este dispositivo de ajuda aos compradores foi energicamente criticado pela oposição trabalhista. "É uma questão de economia básica, George", disse nesta segunda-feira o responsável de questões econômicas do partido, Ed Balls, no congresso anual trabalhista, se dirigindo ao ministro das Finanças, George Osborne. "Se apoia a demanda imobiliária sem atuar sobre a oferta, o que ocorre é que os preços sobem e sobem", criticou. O "Help to buy" não tem unanimidade nem no próprio governo, uma coalizão entre o partido conservador e liberal. O democrata-liberal Vince Cable, secretário de Estado de negócios e inovação, avisou que isso pode estar alimentando "uma nova bolha", antes de ser contrariado pelo restante do executivo. "Estamos a anos luz de uma bolha imobiliária neste país", disse em meados de setembro, Danny Alexander, vice-ministro do Tesouro. Contudo, mais além do debate político, o Banco da Inglaterra leva o tema muito a sério. A "velha dama" da rua Threadneedle, como a instituição é conhecida, "é totalmente consciente do risco de uma alta insustentável dos preços e dos créditos e acompanhará tudo isso de perto", disse no final de agosto seu novo presidente, o canadense Mark Carney. Carney passou, ao mesmo tempo, uma mensagem de tranquilidade: "as concessões de crédito estão um pouco acima da metade de seu nível anterior à crise e as transações a um pouco mais de dois terços". Apesar de não negarem o risco, os economistas não acreditam em um perigo iminente. "O risco aumenta", em particular em Londres e no sudeste do país, "mas estamos bem longe de uma bolha imobiliária", considerou Howard Archer, da consultoria IHS Global Insight, porque a alta dos preços se limitará "a curto prazo", alimentado pela tímida recuperação econômica. Matthew Pointon, da Capital Economics, estima que "os temores de uma recuperação muito rápida do mercado imobiliário são exagerados" porque os bancos não mostram "o mesmo entusiasmo" que os compradores e estão dando empréstimos com muita cautela.

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