Economia

Inadimplência registra queda de 1,17% e venda a maior alta em seis meses

Dados são do indicador mensal calculado pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL)

postado em 12/11/2013 16:16
O volume de consumidores inadimplentes no país recuou 1,17% no mês de outubro, em relação ao mesmo período do ano passado. Os dados são do indicador mensal calculado pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL). O indicador leva em consideração mais de 150 milhões de consumidores, cadastrados em 1,2 milhão de pontos de vendas espalhados por todo o Brasil.

Na avaliação de Roque Pellizzaro Junior, presidente da CNDL, a baixa observada em outubro reflete maior cautela e disciplina do consumidor em relação aos compromissos adquiridos no passado. Dados do SPC Brasil mostram que desde março a inadimplência do consumidor brasileiro vem avançando mais moderadamente, intercalando desacelerações com quedas.

;O atual momento em que os juros estão mais caros, reflexo dos recentes aumentos da Selic [taxa básica de juros], e em que a inflação alta diminui o poder de compra, faz com que o consumidor dê mais valor ao dinheiro e tenha mais disciplina ao pagar as prestações;, explica Pellizzaro Junior.

[SAIBAMAIS]Quando comparada com setembro, a taxa de inadimplência, que mede o atraso de pagamentos superiores a 90 dias, ficou praticamente estável e avançou 0,07%. No acumulado dos dez primeiros meses de 2013, comparando com igual período do ano passado ; de janeiro a outubro de 2012 ; a inclusão de novos consumidores no cadastro de inadimplentes do SPC Brasil cresceu 3,56%.

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A projeção dos especialistas do SPC Brasil é de que a inadimplência continue em patamares moderadores por conta da proximidade das festas de fim de ano, período em que tradicionalmente há uma maior recuperação de crédito, e volte a crescer com mais força no inicio de 2014.

Vendas a prazo

Mesmo com o encarecimento do crédito e com o consumidor mais cauteloso para tomar novos financiamentos, as consultas ao banco de dados do SPC Brasil, que refletem o nível de atividade no varejo para as compras parceladas, apresentaram crescimento e fecharam o mês de outubro com alta de 4,11%, o melhor resultado desde abril, quando as vendas a prazo haviam crescido %2b7,34%.

O crescimento das vendas verificado em outubro interrompe a trajetória de crescimento moderado e em desaceleração nos últimos meses. Os economistas do SPC Brasil avaliam que dois fatores foram fundamentais para o comportamento das vendas observado em outubro: as contratações temporárias de fim de ano, período em que os lojistas se preparam para atender a demanda aquecida do Natal, ampliando o quadro de funcionários. E o aumento do poder de compra com a injeção de capital extra, ocasionada pelos dissídios salariais de algumas classes trabalhadoras e pelo adiantamento no início do segundo semestre do 13; salário de aposentados e pensionistas.

No entanto, Pellizzaro Junior pondera que em 2013, o varejo nacional não conta com os mesmos fatores macroeconômicos que ajudaram a aquecer o setor nos anos anteriores, como os altos índices de crescimento de empregabilidade, expansão da renda real e a larga oferta de crédito mais barato.

Na comparação com setembro, as vendas apresentaram uma variação positiva de 3,18%. Segundo especialistas do SPC Brasil, o aumento no número de consultas na base de comparação mensal resulta do chamado ;efeito calendário;, influenciado, principalmente, pelo incremento nas vendas no Dia das Crianças, que neste ano caiu em um sábado, dia da semana em que os shoppings e lojas de rua registram melhor faturamento.

No acumulado do ano ; de janeiro a outubro de 2013, frente ao mesmo período em 2012 ; as vendas registraram crescimento de 4,39%. ;Este resultado está próximo da nossa projeção para 2013. O comércio varejista deve fechar o ano crescendo em torno de 4,5%, já descontada a inflação. É menor do que o resultado apresentado no ano passado e também inferior ao que prevíamos no começo do ano, mas o suficiente para apresentar, mais uma vez, um desempenho bastante superior ao PIB nacional;, garante Pellizzaro.

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