Economia

OCDE: Brasil "em vias de expansão" apesar de menor previsão de crescimento

Como o PIB brasileiro cresceu em 2012 apenas 0,9%, a organização constata que a economia brasileira "está saindo de um período de lento crescimento e se encontra em vias de expansão"

Agência France-Presse
postado em 19/11/2013 17:09
Paris - O Brasil emerge de um período de lento crescimento e está em "vias de expansão", segundo a OCDE, que reduziu, contudo, as perspectivas de crescimento da maior economia norte-americana.

A Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE) prevê um crescimento no Brasil de 2,5% em 2013 (frente a 2,9% em suas previsões de maio) e de 2,2% em 2014 (contra 3,5%).



Como o PIB brasileiro cresceu em 2012 apenas 0,9%, a organização constata que, apesar da piora das previsões, a economia brasileira "está saindo de um período de lento crescimento e se encontra em vias de expansão".

"Os investimentos e as exportações líquidas (...) voltam a surgir como a maior fonte de crescimento" do Brasil, informa a OCDE em seu relatório sobre Perspectivas Econômicas, divulgado nesta terça-feira em Paris.

Diante do temor que os Estados Unidos acabe com suas políticas de estímulo monetário, o Brasil - como muitos outros países emergentes - foi afetado pelas turbulências nos mercados de capitais.

Como consequência disso, o real, "se valorizou, mas as injeções de liquidez em dólares pelo Banco Central demonstraram que o Brasil é capaz de confortar as expectativas dos investidores, inclusive em um contexto de mudanças no cenário internacional" econômico, argumenta a OCDE.

Contudo, a organização destaca que uma necessária "melhora na produtividade" requer que sejam aportadas soluções aos "altos custos trabalhistas, baixo nível de capacitação, excessiva burocracia e as barreiras ao comércio internacional".

"O consumo privado continuará sendo crescente" em um contexto de "baixo desemprego e salários solidamente orientados à alta". Em relação ao comércio externo, as exportações brasileiras continuarão aumentando graças à moeda um pouco mais valorizada e a uma melhora da demanda global, prevê a OCDE.

"Os investimentos continuam se recuperando e essa tendência vai se manter", mas para isso é crucial que seja mantida "a confiança na política macroeconômica", o que requer "uma política fiscal clara" e controle das persistentes pressões inflacionárias, argumenta a organização de 34 países membros, a grande maioria deles do mundo desenvolvido.

"As turbulências nos mercados internacionais, associadas a um possível endurecimento da política monetária nos Estados Unidos, pode afetar o Brasil. Contudo, o país tem instrumentos para reduzir esses riscos, entre eles suas grandes reservas de divisas", afirma a OCDE.

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