Economia

Inflação é o principal inibidor do consumo no fim de ano, aponta economista

Segundo Bruno Fernandes, além da inflação, o aumento dos juros e o fim de medidas de estímulo ao consumo desestimulam as compras nesse Natal

postado em 17/12/2013 14:37
Rio de Janeiro - A inflação mais alta é a principal causa da queda de 6,1%, no consumo de bens, serviços e turismo, prevista para dezembro deste ano, em comparação ao mesmo mês do ano passado, disse o economista da CNC, Bruno Fernandes.

O economista é o responsável pela área da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC, que calcula o índice que mede a Intenção de Consumo das Famílias (ICF).

Segundo ele, além da inflação, o aumento dos juros e o fim de medidas de estímulo ao consumo desestimulam as compras nesse Natal.

De acordo com o economista da CNC, a inflação ;não está tão forte como no primeiro semestre;, mas o patamar de preços é maior que o de 2012, inibindo os gastos com os presentes de Natal.



[SAIBAMAIS]Os juros e o dólar mais altos também encareceram bens duráveis que costumam ser adquiridos em compras parceladas, como máquina de lavar, fogões e geladeiras. Esses produtos contavam com isenção de imposto em 2012, o que estimulava as vendas. Este ano, a intenção de compras desses produtos caiu 11,9%, segundo a pesquisa da CNC.

Somente por causa do Natal, o consumo das famílias deve subir 0,9% em dezembro, na comparação com novembro. ;Se não fosse esse impacto sazonal, no cenário atual, não teríamos essa alta;, disse o economista. Outro fator que desestimula as compras neste fim de ano, destacou, é a queda da confiança das famílias no emprego, de 6,1%.

Bruno Fernandes explica ainda que, em geral, as vendas do comércio nos últimos anos bateram recordes. Por isso, será mais difícil atingir os patamares de ;crescimento chinês; dos anos anteriores, quando o comércio crescia entre 8% a 10% ao ano.

;Com a economia crescendo em torno de 1 a 2% e o comércio crescendo a 4%, vemos que estamos em cenário não tão favorável, mas favorável: as pessoas ainda estão consumindo, vão continuar consumindo, mas não tanto como no ano passado;, esclareceu.

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