Economia

Briga boa na telefonia: Telefónica, Oi e Claro se unem para fatiar a TIM

postado em 04/01/2014 08:02
O mercado brasileiro de telefonia móvel começou o ano dominado pela pergunta ;O que vai acontecer com a TIM?;, cuja resposta definirá o desenho da concorrência no setor. Diante do balde de água fria jogado pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), um mês atrás, na tentativa de união da operadora italiana com a líder, Vivo, sobram especulações sobre qual caminho seguirá a Telefónica, da Espanha, a virtual controladora das duas.

O órgão antitruste do Brasil mandou o grupo espanhol vender a sua participação na TIM Brasil ou buscar novo parceiro para o capital da Vivo. Mas há ainda quem sustente a tese de um fatiamento das atividades da empresa entre As duas demais concorrentes: Claro e Oi. Ontem, a imprensa italiana informou que a Telefónica está trabalhando numa oferta conjunta para assumir o controle acionário da TIM no Brasil e dividir a operação dela.

O grupo espanhol, que é sócio da TIM Brasil por meio dos 15% de participação na Telecom Italia, estaria tentando criar uma holding de investimento com a Claro, da America Novil, multinacional do mexicano Carlos Slim, e a brasileira Oi, recém-fundida à Portugal Telecom.

As informações vindas da Europa apontam que o banco de investimento Pactual estaria coordenando essa costura, que contaria ainda com o apoio do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) em favor de uma consolidação do setor. A oferta pela TIM Brasil poderia ocorrer antes do fim deste mês. O conselho da Telefónica se reunirá na próxima semana para debater o assunto.

A especulação impactou diretamente nos preços dos papéis das companhias envolvidas na Bolsa de Valores de São Paulo (BM). As ações ordinárias da Oi tiveram alta de 25,07% e as preferenciais, de 17,14%. As da TIM, por sua vez, subiram 10,89%. A controladora espanhola disse que não comentará as notícias sobre o arranjo societário e a Telecom Italia afirmou ontem, em comunicado, que desconhecia qualquer oferta pela sua unidade TIM Brasil. Uma possibilidade ainda não descartada é de a Telefônica questionar na Justiça a decisão do Cade, arrastando o desfecho para 2015.

Especialistas ressaltam, contudo, que a instrução do Cade já tinha sepultado de vez a hipótese do fatiamento da operadora, para que fosse comprada pelas outras de alcance nacional. ;A TIM terá de ser vendida a um competidor com experiência e sem participação em outra empresa de telefonia no Brasil. Mas ainda estão insistindo em enxergar alternativas porque sabem que a legislação brasileira é muito favorável a eles;, sublinhou o consultor Dane Avanzi. Segundo ele, o país é, de longe, onde as multinacionais de telecomunicações mais ganham, daí o interesse em manter os ativos.

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