Economia

Analistas preveem IPCA de 6% neste ano e de 5,5% em 2015

Comitê de Política Monetária terá que pesar a mão na Selic para conter reajustes, que minam o orçamento das famílias. Elevação da taxa amanhã deve ser de 0,5 ponto percentual

Rodolfo Costa
postado em 14/01/2014 06:05

A professora Márcia Gonzaga economiza nos centavos. Com a diferença poupada, ela põe gasolina no carro

Assustada com a escalada dos preços, a auxiliar de enfermagem Maria José Domingues, 61 anos, recorreu a um velho costume, herdado do período em que o país vivia sob a marca da hiperinflação. Ela peregrina, todos os meses, por pelo menos três supermercados. A busca tem um único objetivo: pagar mais barato. Para isso, ela não mede esforços. Se percebe que determinado item está caro demais, não pensa duas vezes. Devolve o produto à prateleira e o substitui por um similar que caiba no orçamento doméstico. ;Recentemente, troquei o inhame pela batata-inglesa;, disse a auxiliar de enfermagem.

A rotina de Maria Domingues é repetida por um batalhão de donas de casa que sentiram no bolso o custo da leniência com a inflação. Nos últimos quatro anos, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), o parâmetro oficial da carestia no país, ficou sempre acima do centro da meta que deveria ser perseguida pelo governo, de 4,5% ao ano. Em 2014, não deverá ser diferente. Para cerca de 100 analistas consultados pelo Banco Central, por meio da pesquisa Focus, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo cravará alta de 6%, quase o limite máximo, de 6,5%, permitido pelo Conselho Monetário Nacional (CMN).

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Mesmo em 2015, seja qual for o presidente eleito em outubro próximo, a carestia continuará a pressionar o orçamento do brasileiro. Pela primeira vez, o BC divulgou as projeções para o próximo ano, e elas são desanimadoras. Pelas contas dos analistas, o IPCA acumulará elevação de 5,5%. Péssima notícia para Maria Domingues, que, diante da alta dos preços, teve de mudar a rotina doméstica. Ela costumava fazer bolos duas vezes por semana. Agora, passou a comprar a guloseima já pronta. ;Subiu o preço do gás, do ovo, do óleo, da margarina e da farinha de trigo, enfim tudo;, reclamou.

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