Economia

Companhias Aéreas "congelam" preços e pedem voos extras para a Copa

Nesta quinta a Anac divulga uma lista oficial de operações extras que foram deferidas para vigorar entre 6 de junho e 20 de julho, período que engloba a Copa do Mundo

Pedro Rocha Franco
postado em 16/01/2014 14:41
Nesta quinta a Anac divulga uma lista oficial de operações extras que foram deferidas para vigorar entre 6 de junho e 20 de julho, período que engloba a Copa do Mundo
Às vésperas de a bola rolar para a Copa do Mundo, as companhias aéreas montam suas estratégias para atender ao público do evento esportivo. Criticadas pelos altos preços das passagens, as empresas cedem à pressão ; sob o risco até mesmo de o Planalto liberar a atuação de companhias estrangeiras ; e adotam medidas que podem aliviar os valores para os turistas. As ;armas; usadas vão desde a limitação de preços até o aumento da oferta de voos, especialmente para os dias de jogos. Dados preliminares indicam que mais de 2 mil pedidos de voos extras foram feitos à Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) por três das quatros maiores companhias do país ; TAM, Azul e Avianca. A Gol não revelou números.

Nesta quinta-feira (16/1) a Anac divulga a lista oficial de operações extras que foram deferidas para vigorar entre 6 de junho e 20 de julho. Até a primeira semana do ano, em balanço preliminar, 1.523 pedidos foram registrados. Mas o total deve ser maior. Somente a TAM informa ter solicitado 1.050 voos adicionais, sendo 850 domésticos e 200 internacionais. A Azul requisitou outros 600, sendo 310 para a primeira fase do torneio. Os voos adicionais são para o Rio de Janeiro, Campinas, São Paulo (Congonhas), Guarulhos, Brasília, Goiânia, Belo Horizonte (Confins), Salvador, Fortaleza, Recife, Porto Alegre, Manaus, Cuiabá, Curitiba e Natal. Segundo a empresa, pouco mais de 10% dos pedidos são para o terminal mineiro. A Avianca solicitou 430 voos extras.

Tanto a Azul quanto a Avianca, além de terem solicitado aumento de oferta das operações, informaram que vão limitar os valores das passagens em R$ 999 durante o período do evento. O presidente da Azul, David Neeleman, diz que a companhia deixará de faturar cerca de R$ 30 milhões, mas o valor é compensado com a ação de marketing. Ontem, a Gol descartou medida semelhante. Segundo a empresa, que responde por 36% do mercado nacional, no ano passado, somente 1% das tarifas superaram R$ 1 mil.



A TAM prevê investir R$ 50 milhões para atender a demanda extra. A companhia aérea deve contratar 1 mil colaboradores temporários para atuar principalmente nos aeroportos e em call center. Tripulantes e equipes de manutenção também serão contratados. Em nota, a Gol diz que só se manifestará sobre o tema após a divulgação da Anac do novo desenho da malha aérea.

No balanço preliminar já divulgado pela agência reguladora, Belo Horizonte não figurava entre os oito destinos que tiveram maior variação. Os aeroportos que terão o maior número de novos assentos ofertados são Cuiabá (48%), Campinas (41,6%), Guarulhos (36,5%), Natal (27,5%), Fortaleza (17,8%), Salvador (14%), Recife (13%) e Galeão (13%). Ou seja, pela prévia, Confins teria variação inferior a 13%.

A partir de hoje, as empresas aéreas podem apresentar pedidos de voos fretados para a fase eliminatória do Mundial. A Azul adianta que fará mais solicitações. ;Para os jogos mais procurados, a Azul disponibilizará voos extras nos dias anteriores e posteriores ao evento;, diz comunicado da empresa.

CRÍTICAS
Sobre a contratação de temporários e o acréscimo de voos, o Sindicato Nacional dos Aeronautas (SNA) só deve se manifestar depois da divulgação hoje da lista de voos extras pela Anac. Mas, em comunicado, o órgão criticou ontem o receio da liberação da operação de companhias estrangeiras, reiterando o risco de aumento do desemprego no setor e a ameaça da segurança de voo devido à ineficiência da fiscalização. ;É ilusório acreditar que acontecerá uma queda nas tarifas com abertura de mercado para empresas internacionais, pois os custos operacionais da aviação no Brasil são diferentes dos de outros países. Caso a medida entre em vigor, a crise no setor ganhará proporções preocupantes;, diz o presidente do SNA, Marcelo Ceriotti.

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