Economia

Mantega minimiza valorização do dólar e diz que volatilidade é transitória

Instabilidade do mercado é resultado da expectativa de nova redução dos estímulos do FED

Rosana Hessel
postado em 28/01/2014 12:09
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, minimizou o nervosismo do mercado com a alta do dólar que chegou a R$ 2,42 na segunda-feira (27/1) em virtude da reunião do Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos) iniciada nesta terça-feira (28/1) e que termina na quarta-feira (29/1). Na última, em dezembro de 2013, o órgão reduziu os estímulos aos mercados em US$ 10 bilhões, para US$ 75 bilhões por mês. Para ele, os movimentos de volatilidade são transitórios.

Mantega não acredita que a queda no valor das moedas emergentes seja definitiva
;Estamos em um período de volatilidade cambial causada por dois fenômenos. Um é o tapering, a redução da política de estímulos do Fed. Como estamos na véspera da reunião, eles poderão possível um novo corte desses estímulos, e isso causa instabilidade no mercado;, disse Mantega na manhã desta terça-feira, ao chegar ao seu gabinete no Ministério da Fazenda. "Em segundo lugar, a perspectiva da China que esta com sinais de em uma acomodação do crescimento. Isso afeta as moedas dos países emergentes e leva a uma desvalorização das moedas em função das commodities;, emendou ele, acrescentando que moedas dos países emergentes que exportam produtos básicos para a China se desvalorizam por que a perspectiva é de uma exportação menor em virtude da redução do consumo chinês.

Mantega não acredita que essa queda no valor das moedas emergentes seja definitiva. ;Esses são movimentos de acomodação que podem ser transitórios. Nos últimos meses, podem ser vistos como momentos de volatilidade. Uns sofrem mais e outros sofrem menos;, disse.



Nesse sentido, o ministro avaliou que o Brasil tem uma posição mais sólida;, porque o volume de reservas (de US$ 375,7 bilhões de acordo com dados do Banco Central), montante que outros países não possuem. ;A nossa dívida externa é pequena e, como temos mais reservas do que a dívida externa, a nossa situação é estável;, afirmou.

No caso da atual crise de confiança que tem abalado a Argentina e que levou o governo do país vizinho a abrir parcialmente o mercado de câmbio desde ontem, o Mantega também minimizou os riscos de contágio no Brasil. ;A Argentina sofre a volatilidade desses mercados. Cada país tem uma situação. Posso dar uma lista de dez países que também tem o mesmo problema;, destacou.

Orçamento

O ministro da Fazenda afirmou ainda que o governo ainda não definiu o valor do tradicional corte no Orçamento de 2014, feito todo início do governo, muito menos para quanto vai elevar a meta de superavit primário (economia para o pagamento dos juros da dívida pública). No documento aprovado pelo Congresso Nacional, a economia proposta é de 1,1% do Produto Interno Bruto (PIB), valor considerado baixo pelos especialistas do mercado que esperam uma algo acima disso, entre 1,5% e 2%.

;Não está definido qual vai ser o corte que nós vamos fazer no Orçamento de 2014, mas certamente será um corte que vai manter a solidez fiscal e a estabilidade da dívida liquida brasileira;, resumiu Mantega. Segundo ele, o anúncio será feito no ;início de fevereiro; e o número definitivo dependerá da conclusão dos estudos e simulações que estão sendo feitos. Ele acrescentou que o governo sempre faz consultas ao mercado e a vários segmentos da economia.

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