Economia

Baixa reserva de água em reservatórios põe toda a economia do país em risco

Apesar das chuvas do fim de semana, reservatórios do Sudeste e do Centro-Oeste registram o nível mais baixo desde 2001, quando houve racionamento de energia. Empresas do setor elétrico perdem R$ 331,6 milhões por dia em valor de mercado

Pedro Rocha Franco
postado em 18/02/2014 06:01

Apesar das chuvas do fim de semana, reservatórios do Sudeste e do Centro-Oeste registram o nível mais baixo desde 2001, quando houve racionamento de energia. Empresas do setor elétrico perdem R$ 331,6 milhões por dia em valor de mercado

Brasília e Belo Horizonte ; Os reservatórios das usinas hidrelétricas atingiram o menor nível desde 2001 e os prejuízos da crise energética instalada no país começam a se espalhar. Além dos R$ 18 bilhões que podem sair dos cofres públicos para subsidiar a conta de luz das famílias, as empresas de energia listadas em bolsas de valores amargam perda de R$ 15,9 bilhões em valor de mercado neste ano, conforme cálculos da Consultoria Economatica. Ou seja, a cada dia, R$ 331,6 milhões em ações das companhias viram pó. Agora, parte do setor produtivo brasileiro pode desligar as máquinas devido ao encarecimento da eletricidade e aos constantes apagões, um baque a mais para a já combalida atividade econômica, que flerta com a recessão.



[SAIBAMAIS] Dados do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) mostram que a produção de energia está no limite. As chuvas do fim de semana não foram suficientes para amenizar o risco de racionamento. O volume de água armazenada no Sudeste e no Centro-Oeste é equivalente a apenas 35,5% da capacidade dos reservatórios, o menor nível em 13 anos. No Nordeste, a situação também é crítica, com 42,4% de armazenamento. No Sul, a taxa é de 43%. O Norte está com o quadro mais tranquilo, as usinas operam com 72,4% da cota.

;O governo, até agora, está negando a existência de problema. É uma espécie de Poliana muito otimista. Racionamento é diminuir a produção. Ou seja, as empresas terão que parar alguma máquina para economizar energia;, alertou Simão Silber, professor de economia da Universidade de São Paulo (USP). ;Algumas companhias estão analisando essa possibilidade;, explicou Reginaldo Medeiros, presidente da Associação Brasileira dos Comercializadores de Energia (Abraceel). Ele destacou que, faltando pouco mais de 40 dias para terminar o ciclo chuvoso no Brasil, o clima coloca em xeque investimentos previstos para o ano. Em Minas Gerais, no ramo de fundição, estão de molho projetos de pelo menos R$ 700 milhões.

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