Economia

Mantega diz que se surpreendeu com alta do PIB e está satisfeito

Ele espera que os economistas mais pessimistas comecem a revisar suas projeções

Rosana Hessel
postado em 27/02/2014 12:37
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse que ficou surpreso com a alta de 0,7% no Produto Interno Bruto (PIB) nos últimos três meses de 2013, divulgada nesta quinta-feira (27/2) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). ;Esse resultado foi muito satisfatório. De fato as projeções eram menores mas tivemos comércio e serviços melhores. Portanto, eu fiquei satisfeito com esses dados do quarto trimestre;, disse ele em entrevista coletiva no Ministério da Fazenda.

De acordo com o ministro, o governo mantém a projeção de crescimento de 2,5% no PIB para 2014. Com esse resultado divulgado pelo IBGE, ele espera que os economistas mais pessimistas comecem a revisar suas projeções. ;Os analistas terão muito trabalho neste fim de semana para rever suas projeções e certamente elas serão mais positivas;, afirmou.

Na avaliação de Mantega, a indústria, que contribuiu pouco para o avanço do PIB em 2013, terá mais condições de crescer este ano com o ;câmbio mais favorável;.



[SAIBAMAIS]

O chefe da equipe econômica da presidente Dilma Rousseff destacou que o investimentos deverão continuar aumentando este ano depois de avançarem 6,3% em 2013. ;O investimento vai continuar em uma trajetória crescente, agora estimulado pelas concessões;, disse ele citando aeroportos e estradas concedidos no ano passado e que terão seus investimentos ocorrendo este ano. ;A trajetória do investimento do brasil é crescente;, afirmou.

De acordo com os dados do IBGE, a economia brasileira apresentou um crescimento de 2,3%, em 2013, na comparação com o ano anterior, puxada, principalmente, pela agropecuária, que avançou 7% no mesmo período. A indústria foi o setor que menos contribuiu para o desempenho do PIB. Cresceu 1,3% no ano, mas dá fortes sinais de desaceleração. No último trimestre do ano passado, recuou 0,2% em relação aos três meses anteriores.

Investimento desacelera

A taxa de investimento em relação ao PIB, tecnicamente denominada Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF), teve uma expansão de 6,3% em 2013, ficando em 18,4%. Esse resultado ficou levemente acima dos 18,2% registrados em 2012, quando os investimentos encolheram 4%. Na comparação dos quatro trimestres do ano passado, o princípio de retomada demonstra perda de fôlego. Depois da alta de 9,1% entre abril e junho, o ritmo de expansão desacelerou para 7,3%, entre julho e setembro, e para 5,5%, entre outubro e dezembro.

Mantega reconheceu que a taxa de investimento em relação com o PIB, de 18,4%, ainda é baixa e distante da meta prometida pela presidente Dilma Rousseff, de 25% no fim de governo. Ao invés de explicar por que esse indicador continua em patamar tão abaixo do prometido, Mantega preferiu dizer que o cálculo é errado e que, se hovesse um deflator, estaria em torno de 19%. ;Mas a taxa de investimentos tende a aumentar e, até 2020, possamos atingir 24% (do PIB);, afirmou.

Enquanto isso, capacidade de investimento está em queda pelo terceiro ano consecutivo dada a queda da confiança do setor privado na economia e também do brasileiro que, por conta da inflação que corrói seu poder de compra, tem menos dinheiro para economizar. A taxa de poupança bruta em relação ao PIB ficou em 13,9% em 2013, abaixo dos 14,6% registrados em 2012. Esse dado só não o pior resultado desde 2001, antes do início do governo de Luiz Inácio Lula da Silva, quando o indicador estava em 13,5% do PIB. Mantega não comentou esse assunto.

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