Economia

Incertezas continuam, mesmo com crescimento surpreendente de 2,3% do PIB

Avanço da economia em 2013 surpreende governo e analistas. Aumento de 0,7% no quarto trimestre supera projeções e livra o país da recessão. Especialistas começam a rever estimativas para 2014, e Planalto conta com melhora para a reeleição de Dilma

postado em 28/02/2014 06:00
O crescimento da economia em 2013 surpreendeu o governo e o mercado, que temiam por uma forte desaceleração da atividade. Em vez de recessão esperada pelos mais pessimistas, o Produto Interno Bruto (PIB) avançou 0,7% no quarto trimestre, depois de ter caído 0,5% entre julho e setembro. No acumulado do ano, o PIB saltou 2,3%, para R$ 4,84 trilhões, mais que o dobro do 1% de 2012, graças ao avanço espetacular do setor agrícola, com crescimento de 7%, o melhor resultado desde 1996, e ao incremento de 6,3% dos investimentos produtivos. Em compensação, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou que a principal alavanca da economia nos últimos anos, o consumo das famílias, teve o pior desempenho em 10 anos, com alta de 2,3%, e a indústria viu sua participação no PIB recuar ao menor nível desde 2000.


Para o governo, além de esvaziar o discurso da oposição, que vinha usando o fraco desempenho da economia para atacar a candidatura da presidente Dilma Rousseff à reeleição, o avanço de 2,3% no ano passado ajuda a afastar o risco de o país ter a sua nota de crédito rebaixada pela agências de classificação de risco. Entre os economistas, a ordem é de cautela. Ainda que parte deles admita rever as projeções de crescimento do PIB em 2014, a ordem é esperar por indicadores de produção industrial e de varejo nos próximos meses. Na média, a estimativa é de incremento de 0,3% na atividade entre janeiro e março e de 1,9% no acumulado do ano.

;A boa notícia é que não houve recessão em 2013. Mas estamos presos a um PIB que evolui de forma medíocre, dado o potencial da economia como a brasileira;, disse Mansueto Almeida, economista do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). ;Antes, quando tínhamos um ano de expansão ruim, vinha outro de incremento bom. Agora, isso não acontece mais. Nosso crescimento potencial, quando a atividade pode avançar sem pressionar a inflação, está em apenas 2% ao ano;, afirmou.

A matéria completa está disponível aqui, para assinantes. Para assinar, clique aqui.

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação