Economia

Braskem fecha contrato de cerca de R$ 350 milhões com fabricante polonesa

A unidade de Triunfo da Braskem recebeu recentemente R$ 450 milhões em investimentos para a produção de butadieno e atualmente tem capacidade anual para 200 mil toneladas

Rosana Hessel - Enviada Especial
postado em 31/03/2014 23:11
San Antonio, Texas ; A fabricante de resinas plásticas brasileira Braskem confirmou um contrato para o fornecimento de butadieno (matéria-prima para a produção de borracha sintética) firmado com a a polonesa Synthos, no Rio Grande do Sul. A Synthos fez o anúncio nesta segunda-feira (31), na Bolsa de Varsóvia. A companhia é uma das maiores fabricantes de borracha no mundo e pretende construir uma fábrica de pneus próxima à unidade da Braskem em Triunfo (RS).

O volume anual estimado é de 80 mil a 100 mil toneladas de butadieno. Pelo valor de mercado do produto, a R$ 3,5 mil a tonelada com impostos, o negócio gira em torno de R$ 350 milhões ao ano, no máximo. A empresa europeia também informou que assinou um acordo com a Michelin e com a Pirelli para a transferência de tecnologia para a fabricação de pneus no território brasileiro, de acordo como comunicado. Se der tudo certo, a unidade da companhia polonesa no Brasil deverá iniciar as operações em 2017. ;Considerando o crescimento da demanda por borracha sintética no Brasil e em outros países sul-americanos, vamos entrar no mercado para competir com os importados na região;, afirmou em nota o CEO da Synthos, Tomasz Kalwalt.

A unidade de Triunfo da Braskem recebeu recentemente R$ 450 milhões em investimentos para a produção de butadieno e atualmente tem capacidade anual para 200 mil toneladas. De acordo com executivos da companhia, esse contrato com a Synthos vai fazer com que a empresa brasileira deixe de exportar metade da produção e passe a fornecer totalmente para o mercado interno e recupera parte da importância perdida da empresa no mercado doméstico.

Investimentos
A companhia tem ampliado a sua atuação no exterior. Está investindo US$ 4,5 bilhões em uma fábrica de etileno no México. O início da operação está previsto para 2015 e a expectativa é de produzir um milhão de toneladas do produto por ano, praticamente metade da demanda atual do país latino-americano. Outro investimento que vem sendo liderado pela Odebrechet e será operado pela Braskem nos Estados Unidos é o projeto Ascent (do inglês Appalachian Shale Cracker Resources) que está focado no gas de xisto, de baixíssimo custo, do mercado norte-americano. De acordo com o diretor de Relações Institucionais do projeto, David Peebles, o projeto ainda está na segunda fase de estudos e não chegou na fase de formação do custo e do cronograma. "Nossa expectativa é que os investimentos deverão girar m torno de US$ 4 bilhões e US$ 5 bilhões", disse. A unidade será construída em West Virgínia, um dos estados com maior volume de reserva de shale gas dos EUA.

* A jornalista viajou a convite da Braskem

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