Economia

Seguros temem perder espaço no mercado por resseguros e agência do governo

Representantes do mercado de seguros e resseguros estão apreensivos com o poder dado à Agência Brasileira Gestora de Fundos Garantidores e Garantias (ABGF)

postado em 09/04/2014 14:14
Especialistas debatem questão dos seguros em encontro no Rio de Janeiro
Rio de Janeiro
- Devido as constantes variações climáticas, a produção das safras brasileiras tem sofrido com as fortes chuvas ou intenso calor, mas há quem lucre com os prejuízos dos produtores. O especialista econômico Ricardo Amorim disse na manhã desta quarta-feira (9/4), no 3; Encontro de Resseguro, no Rio de Janeiro, que a tendência dos brasileiros é buscar alternativas para proteger o bolso nesses casos e, uma delas, é a contratação de seguros. ;Os agricultores podem buscar seguros específicos para medir esses riscos e se protegerem;, avaliou.

Apesar das oportunidades apresentadas pelo especialista, representantes do mercado de seguros e resseguros estão apreensivos com o poder dado à Agência Brasileira Gestora de Fundos Garantidores e Garantias (ABGF) do governo, conhecida como ;Segurobras;. O secretário executivo adjunto do Ministério da Fazenda, Dyogo Oliveira, participou do primeiro dia do evento e esclareceu que ;a ABGF não é concorrente; do setor.

O presidente da Federação Nacional das Empresas de resseguros (Fenaber), Paulo Pereira, garantiu que há um compromisso do governo de não atuar nas áreas de seguros e resseguros. ;Eles vão entrar onde o mercado privado não participa. De acordo com conversas que tive como Dyogo, nesse momento, o mercado não corre perigo;, garantiu.



Em entrevista coletiva, o presidente da Fenaber avaliou o mercado de resseguro. ;O mercado saiu de 3,8 bilhões em 2008 para 7,3 bilhões ano passado. O Pré-sal vem aí e é onde podemos atuar ainda mais com o risco de engenharia e riscos patrimoniais;, ressaltou Paulo Pereira. O mercado de resseguro surgiu em 2008. Das 115 resseguradoras que atuam no mercado hoje, comentou Pereira, parte delas pode acabar. ;Os resseguros considerados como ;não principais; são fundamentais para baixar os preços e aumentar a concorrência, mas podem sumir com o tempo;, disse.

Além do impasse entre o setor de seguros e a ABGF, o crescente aumento das resseguradoras também assusta as instituições que operam seguros. Para João Botelho, especialista em seguros do banco Itaú, ;o grande divisor de águas, com o surgimento dos resseguros, é como tratar o risco de crédito;, comentou. O risco de subscrição, o incremento de capital alocado e a falta de pessoas qualificadas são outros grandes desafios do setor, após o surgimento de 115 resseguradoras. ;Estamos a cinco anos estudando cada um desses componentes. A gente já avançou muito, mas ainda não finalizamos um modelo para que, de fato, possamos aplicar;, disse Botelho.

A seguradora Itaú opera com riscos indústriais, risco de negócio e garantia estendida. ;Esse setor gerou uma receita de 11 bilhões ano passado e um lucro de 1,5 bilhão. A maior parte veio dos riscos industriais;, afirmou João Botelho.

O jornalista viajou a convite da Confederação Nacional das Empresas de Seguros Gerais, Previdência Privada e Vida, Saúde Suplementar e Capitalização (CNseg).

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