Economia

Wasmália Bivar nega qualquer interferência política do governo no IBGE

Os trabalhadores do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) começaram paralisações por todo o país

postado em 29/04/2014 19:28
A presidenta do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Wasmália Bivar, negou qualquer interferência política, por parte do governo, nas mudanças ocorridas em algumas pesquisas do órgão, durante reunião nesta terça-feira (29/4) com representantes dos servidores do instituto. Wasmália afirmou que a decisão de suspender a divulgação da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) foi do Conselho Diretor, e por não ser uma decisão técnica não havia necessidade de consultar os técnicos do órgão. De acordo com a assessoria do instituto, Wasmália explicou que a suspensão é necessária para a revisão do cálculo de rendimentos, que servirá como base para rateio do Fundo de Participação dos Estados (FPE), uma exigência legal.

Trabalhadores do IBGE de São Paulo fizeram paralisação hoje, e para amanhã estão previstas paralisações em Mato Grosso do Sul e na Paraíba. Os núcleos do sindicato irão se reunir ao longo das próximas semanas para decidir se farão ou não greve geral. De acordo com um dos diretores da Executiva Nacional da Assibge ; Sindicato Nacional, Cassius de Brito, a reunião de hoje deixou clara a posição defensiva da presidência do órgão, que, segundo ele, não sinalizou nenhum movimento de mudança concreta para melhorar as condições de trabalho no órgão.

;A suspensão da Pnad foi o ápice de um processo de precarização [do IBGE]. Temos quase metade da força de trabalho do IBGE que é temporária. A presidente disse que a suspensão da Pesquisa de Orçamento Familiar ocorreu por falta de recursos humanos;, disse ele. ;O quadro permanente do IBGE está sendo esvaziado, e esse problema de recursos humanos é gravíssimo. Eles [presidência] reconhecem a defasagem salarial e de pessoal, mas não tomam providências efetivas, ficam como observadores;, declarou Brito.

O pedido de 1.600 vagas para os próximos quatro anos, por parte do órgão, é tímido, segundo o sindicato, pois dos 5.790 servidores em 580 agências espalhadas pelo país, 4 mil estão em condições de se aposentar nos próximos anos - 380 aposentadoria ocorreram somente neste ano. Segundo a assessoria do IBGE, a presidenta do órgão reafirmou também que a atual relação entre os totais de servidores temporários e efetivos precisa ser ajustada, e considera crucial a recomposição do quadro de efetivos, bem como a valorização salarial dos trabalhadores do IBGE - questões que tem apresentado reiteradamente ao Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão como críticas para a Instituição.

Além de novos concursos, a Assibge reivindica a convocação imediata de um congresso institucional e pleiteia eleições diretas para presidente, membros do conselho diretor e chefias das unidades estaduais, bem como melhores salários e mais recursos para a instituição. O sindicato protocolou pedido de reunião com a ministra Miriam Belchior e cobrou compromisso do IBGE em apoiar a realização do encontro.

Ainda segundo a assessoria do IBGE, Wasmália se comprometeu a avaliar a convocação de um congresso institucional e disse que informará sua decisão sobre o tema à Assibge até 15 de maio. Ela também declarou que as orientações sobre as novas regras do processo sucessório para chefes de unidades estaduais e coordenadores deverão sair nos próximos meses.

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