Economia

Dividendos salvam o resultado do superavit primário do governo central

No acumulado de janeiro a março, o superavit somou R$ 13 bilhões valor 34% abaixo do computado no mesmo período de 2013

Rosana Hessel
postado em 30/04/2014 12:24

O resultado primário do governo central, excluindo estados e municípios, foi positivo em R$ 3,2 bilhões em março, revertendo o déficit de R$ 3,1 bilhões registrado em fevereiro. No acumulado de janeiro a março, o superavit somou R$ 13 bilhões valor 34% abaixo dos R$ 19,9 bilhões computados no mesmo período de 2013, conforme dados do Tesouro Nacional divulgados nesta quarta-feira.

Esse superavit foi decorrente, em grande parte, do aumento de 667,6% na receita com os dividendos das estatais, que somou R$ 5,7 bilhões no primeiro trimestre do ano, somente em março entraram no caixa da União. Nesse mesmo período, as despesas com a Conta de Desenvolvimento Energético (CDE), somou R$ 2,7 bilhões. Para o ano, a previsão do governo é de obter uma receita de R$ 23,9 bilhões de dividendos.

Na avaliação do secretário do Tesouro Nacional, Arno Augustin, o resultado primário, apesar de, no acumulado em 12 meses, somar R$ 70, 1 bilhões e equivaler a 1,4% do Produto Interno Bruto (PIB), abaixo da meta de 1,9% ou R$ para o ano, foi ;dentro do esperado;. ;Esse resultado está em linha com o decreto e a meta para esse quadrimestre, de R$ 28 bilhões será cumprida;, disse.



Previdência

Enquanto o Tesouro Nacional e o Banco Central registraram superavits, a Previdência continuou contabilizando deficit no ano. O saldo negativo previdenciário somou R$ 11,7 bilhões neste ano, valor 20% menor do que os R$ 14,6 bilhões computados de janeiro a março de 2013. De acordo com o secretário do Tesouro, o aumento das despesas com abono salarial e seguro desemprego é o que mais tem preocupado o governo. No ano passado, essas despesas somaram mais de R$ 10 bilhões. ;Isso tem preocupado muito. Há uma série de ações que o governo está fazendo e estudando no sentido de ter um melhor desenho;, disse Augustin.

Leilão

O secretário do Tesouro Nacional, Arno Augustin, comemorou o resultado do leilão A-0 de energia. ;Achamos muito positivo e ele ficou dentro do previsto. A gente está muito satisfeito com o resultado;, afirmou. ;O resultado ficou um pouco acima do que estimávamos para o leilão. Portanto, o impacto está dentro da programação. Do ponto de vista fiscal, não há nenhuma alteração;, afirmou.

Augustin reforçou que os recursos do Tesouro programados para a Conta de Desenvolvimento Energético (CDE) não mudaram. Continuam sendo os R$ 13 bilhões, sendo os R$ 9 bilhões iniciais mais os R$ 4 bilhões adicionais. ;Nenhum auxílio que não está programado está em discussão. Qualquer valor que ultrapasse esse montante no custo para as distribuidoras será repassado na tarifa;, disse.

As receitas do governo central aumentaram R$ 6,8 bilhões (7,8%) passando de R$ 87 bilhões, em fevereiro, para R$ 93,8 bilhões, em março. Já as despesas aumentaram em ritmo mais acelerado: de 12,4%, ou R$ 8,5 bilhões, passando R$ 68,3 bilhões, em fevereiro, para R$ 76,8 bilhões em março.

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