Economia

Mantega reafirma que crédito para o consumo no mercado está escasso

"Hoje temos uma abundância de crédito para investimento, com taxas moderadas. Mas o crédito para o consumo vem decaindo a uma velocidade de 6,2% ao ano", destacou

Rosana Hessel
postado em 05/06/2014 11:49
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O ministro da Fazenda, Guido Mantega, reafirmou a falta de crédito para o consumo no mercado. Em apresentação no Palácio do Planalto a um seleto grupo de empresários brasileiros que integram o Conselhão, ele fez uma breve apresentação sobre a evolução do crédito no país. ;Há uma escassez de crédito para consumo, embora a inadimplência seja baixa;, afirmou.

[SAIBAMAIS];Hoje temos uma abundância de crédito para investimento, com taxas moderadas. Mas o crédito para o consumo vem decaindo a uma velocidade de 6,2% ao ano;, destacou Mantega, nesta quinta-feira (06/06), durante a abertura de reunião ordinária do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES), que passou a ser organizado pela Casa Civil e não mais pela Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência (SAE).

Em uma apresentação rápida e na qual perdeu a maior parte do tempo explicando a crise financeira global de 2008 e os efeitos dela na economia mundial, assim como as medidas adotadas pelo governo naquela época. Ele destacou que o crédito no país passou de 27,7% do Produto Interno Bruto (PIB), em 2007, para 56,5%, em 2013. Para este ano, a previsão do governo é que esse percentual recue para 55,9% do PIB.

Na avaliação do ministro, o investimento só vai crescer se houver mercado consumidor. Essa afirmação foi uma forma de ele tentar se defender das críticas de especialistas que consideram a estratégia da equipe econômica da presidente Dilma Rousseff equivocada ao insistir no consumo como mola para o crescimento econômico. ;O país não cresce só com investimento, mas é preciso estimular o consumo. Vivemos uma situação que é passageira. E quando houver recuperação do crédito livre, teremos recuperação do crescimento do país;, disse Mantega.



O ministro também aproveitou a ocasião para defender o uso do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) como ferramenta para financiar o setor privado com juros mais competitivos a longo prazo não somente para grandes empresas. ;Temos um volume financiado bastante expressivo de micro e pequenas empresas, de R$ 65 bilhões. A maioria das empresas, 78%, tem um projeto financiado pelo BNDES. Tem gente que critica a participação do Banco. A gente discorda dessa visão. Ele é fundamental para manter a taxa de investimento e sustentar o crescimento do país;, justificou.

Efeito colateral


Pouco antes, o ministro-chefe da Casa Civil, Aloizio Mercadante, apresentou os novos conselheiros, entre eles, o empresário Benjamin Steinbruch. O ministro avisou que Dilma estava ausente na abertura mas apareceria mais tarde. ;A presidente tomou ontem a vacina para a gripe e teve um efeito colateral;, justificou.

A presidente compareceu ao evento, pouco mais de uma hora após o início, mas não falou, ainda.

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