Economia

Países emergentes perdem fôlego e economias desenvolvidas avançam

Ritmo de crescimento está desacelerando na maior parte dos países emergentes, com indicadores que mostram crescimento mais fraco do que o de costume na China, na Rússia e no Brasil

Agência France-Presse
postado em 10/06/2014 15:49
Os mercados emergentes China, Rússia e Brasil perdem um pouco do fôlego que tiveram para enfrentar a crise econômica global, mas as economias desenvolvidas dão sinais de recuperação, de acordo com os dados divulgados nesta terça-feira (10/6) pela OCDE.

A OCDE informou que seu último relatório com os principais indicadores econômicos sugere que "o ritmo de crescimento está desacelerando na maior parte dos países emergentes" com indicadores mostrando crescimento mais fraco do que o de costume na China, na Rússia e no Brasil.

Por outro lado, Estados Unidos e Canadá demonstram um ritmo de crescimento estável, os 18 países da zona do euro, incluindo a Itália, estão progredindo, e o Reino Unido se estabiliza com índices consistentes de crescimento econômico, afirmou a OCDE.

O informe da OCDE foi divulgado logo após o Reino Unido e a Itália terem informado sobre a forte produção industrial no mês de abril.

O órgão de estatísticas britânico relatou que a produção industrial avançou 0,4% no mês de abril em relação a março, quando havia tido alta de 0,1%. Ao longo de 12 meses, o salto foi de 3%. O percentual, portanto, encontra-se bem acima da expectativa dos analistas, de crescimento de 2,8%.



No banco Berenberg, o economista-chefe para Reino Unido Rob Wood comentou: "Hoje recebemos boas notícias sobre a recuperação do Reino Unido, com a produção industrial crescendo de forma consistente pelo quinto mês consecutivo". "A economia do Reino Unido tem apresentado melhora em todos os campos, em direção a um segundo trimestre de forte crescimento."

A produção industrial da Itália também cresceu mais do que o esperado em abril, dando estímulo à terceira maior economia da zona do euro. A indústria do país avançou 0,7% em comparação a março, no primeiro progresso em três meses. "Os dados italianos indicam que a economia deve retornar a crescer no segundo trimestre", disse o analista da Capital Economics, James Howat.

Entretanto, o analista é menos otimista em relação aos dados da França, que apontaram para um crescimento em abril de 0,3%. Para ele, esse percentual sugere que "a recuperação ainda é fraca".

A OCDE afirma, contudo, que as economias de Alemanha e França crescem de forma constante. No caso do Japão, parece haver um recuo em seu impulso de crescimento, mas, segundo a OCDE, isto pode ser reflexo de fatores pontuais.

A OCDE ressaltou que os principais indicadores econômicos sugerem um "ritmo de crescimento mais fraco para a maior parte das economias emergentes".

A Índia, no entanto, deve manter a velocidade, afirmou a OCDE.

Rússia recua, Polônia e Turquia crescem

Esses indicadores, acompanhados de perto por analistas e investidores como sinais confiáveis da atividade econômica no futuro, "apontam um crescimento abaixo do esperado para Brasil, China e Rússia".

A Rússia está à beira da recessão, com a previsão do governo de uma saída de 100 bilhões de dólares nos fluxos de capital, resultante da apreensão dos investidores com a crise na Ucrânia.

Mas para a Índia os indicadores "indicam uma retomada positiva" que pode representar "a volta de um rápido crescimento", diz a OCDE.

Na Polônia, maior economia do antigo bloco comunista europeu, o governo aprovou seu orçamento para o ano que vem nesta terça-feira, prevendo um crescimento de 3,8%.

A Polônia, que é país-membro da União Europeia mas considerado por economistas como parte da Europa emergente, escapou da recessão, com crescimento constante desde 1992.

Os dados da emergente Turquia mostram que a economia do país cresceu 4,3% anuais no primeiro trimestre de 2014, apesar da agitação política e do aumento nas taxas de juros.

A OCDE é um centro de pesquisa e consultoria para 34 democracias, e também monitora grandes mercados emergentes, como os dos chamados BRICS, formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul.

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