Economia

Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA-15) rompe o teto e marca recorde

Apesar da queda no custo dos alimentos e de itens como passagens aéreas, em julho, a carestia continua a pesar no bolso dos brasileiros

postado em 23/07/2014 07:00
A professora Lucicleide Oliveira troca marcas e hábitos para não estourar o orçamento nas compras de mercado

Mesmo com o país à beira da recessão, e com a ajuda da queda do preço dos alimentos, a carestia não tem dado sossego ao brasileiro. Apesar de ter desacelerado de uma alta de 0,47%, em junho, para uma elevação de 0,17% em julho, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) continua sob forte pressão. Tanto é que o indicador, que funciona como uma prévia da inflação oficial, marcou um novo recorde ao cravar variação de 6,51% no período acumulado de 12 meses.

Foi a primeira vez em 2014 que o IPCA-15 rompeu o limite máximo de tolerância admitido pelo governo, de 6,5%. E nada indica que os preços cairão para o centro da meta, de 4,5%. Na verdade, o risco é que a inflação siga em disparada até dezembro, podendo fechar o ano acima do teto, o que não acontece desde 2003. ;No começo do ano, a chance de a inflação romper o limite era de 30%, mas hoje chega a 50%;, disse o economista sênior do BES Investimento, Flávio Serrano.



Durante os três anos e meio de governo Dilma Rousseff, a inflação ultrapassou o teto da meta 11 vezes. Ou seja, praticamente um terço da gestão da petista foi marcado pelo descumprimento do limite. Nos últimos três meses, o IPCA-15 mostrou desaceleração. Seria boa notícia não fosse o fato de que é justamente entre maio, junho e julho que a inflação perde força no país. ;Por um padrão sazonal, há meses em que a inflação desacelera e outros em que ela volta a subir. O que tem acontecido agora não é diferente;, disse o ex-diretor de Assuntos Internacionais do Banco Central, Alexandre Schwartsman.

Visto dessa perspectiva, o resultado de 2014 tem sido pior do que o observado no ano passado. Em maio, junho e julho de 2013, o IPCA-15 avançou, respectivamente, 0,46%, 0,38% e 0,07%. Este ano, as variações foram maiores: 0,58%, 0,47% e 0,17%. ;Não vejo como dizer que a inflação esteja perdendo força. Na verdade, é justamente o contrário;, assinalou o economista.

A matéria completa está disponível , para assinantes. Para assinar, clique

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação