Economia

Índice de Confiança do Comércio cai pelo nono mês consecutivo, indica CNC

Em relação a julho de 2013, o recuo chega a 7%. O maior ajuste se deu por meio do subíndice que avalia as expectativas: -8,8%

postado em 23/07/2014 12:52
O Índice de Confiança do Empresário do Comércio (Icec) caiu 1%, de junho para julho deste ano, registrando a nona retração consecutiva. O Icec fechou em 108,4 pontos, alcançando nível mais baixo histórico, pelo terceiro mês consecutivo, na série ajustada sazonalmente. Os dados relativos ao Icec foram divulgados nesta quarta-feira (23/7) pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).

Os dados da CNC apontam que, em relação a julho de 2013, o recuo chega a 7% - neste caso o décimo segundo consecutivo. Na mesma base de comparação, o maior ajuste se deu por meio do subíndice que avalia as expectativas (-8,8%). Em seguida, vieram as quedas nas avaliações das condições correntes (-5,9%) e nas intenções de investimentos (-5,4%). Entre os nove itens pesquisados, seis encontram-se atualmente no menor nível desde o início da pesquisa.

Na avaliação da CNC, ;o crescimento moderado das vendas do comércio e o nível fraco de atividade em geral seguem comprimindo o grau de satisfação dos empresários com as condições correntes do setor e da economia e, para 70% deles, as condições econômicas atuais pioraram nos últimos 12 meses;.

A pesquisa indica ainda que, entre os nove itens que compõem o Icec, as condições correntes da economia e do setor são os que, atualmente, encontram-se nos níveis mais baixos. ;A piora nas avaliações das condições correntes tem se alinhado a outros indicadores do nível de atividade, como, por exemplo, o Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), que acumula alta de 0,9% em 2014 ; taxa menor que a observada no mesmo período de 2013 (1,7%).

Em termos regionais, o Icec segue com avaliações predominantemente negativas (abaixo dos 100 pontos) nas cinco regiões do país, sendo Sul e Sudeste aquelas com os mais baixos níveis de satisfação (78,8 e 75,3 pontos, respectivamente).

A CNC ressalta, ainda, que pela segunda vez seguida os três componentes do subíndice que mede as expectativas alcançaram seus respectivos pisos históricos. ;Dentre os 12 itens pesquisados pelo Icec, as perspectivas em relação à economia sofreram as maiores quedas tanto na comparação mensal (-3%) quanto na anual (-11,9%), comportamento que, de certa forma, acompanha o contínuo reajuste esperado para a economia brasileira ao longo do ano.

A entidade lembra que no segundo boletim semanal Focus do Banco Central, a mediana das expectativas em relação ao PIB recuou de 2,8% para 1% no intervalo de um ano e, com isso, ;as expectativas para o setor também tiveram revisões significativas por parte dos entrevistados, com quedas de 1,3% em relação a junho e de 9,3% quando a comparação se dá com julho de 2013;.



Mesmo com a perspectiva de perda de fôlego da inflação no varejo no segundo semestre, a CNC revisou para baixo a projeção de crescimento das vendas do varejo em 2014 (4,4%) ; patamar muito semelhante aos 4,3% registrados em 2013.

A queda de 7,8% sobre julho de 2013 na intenção de investimentos nas empresas foi a décima oitava consecutiva e levou o indicador ao patamar mais baixo da série histórica (102,3 pontos). ;Além do nível fraco de atividade, o encarecimento do crédito tem desestimulado a concretização de investimentos no setor;, avalia a CNC.

O Índice de Confiança do Empresário do Comércio é indicador antecedente, apurado exclusivamente entre os tomadores de decisão das empresas do varejo e o objetivo é detectar as tendências das ações empresariais do setor, do ponto de vista do empresário. A amostra é composta por aproximadamente 6 mil empresas situadas em todas as capitais do país, e os índices, apurados mensalmente, apresentam dispersões que variam de 0 a 200 pontos.

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