Economia

Banco Central avisa que taxa de juros não cai e inflação deve piorar

Mesmo com sinais de recessão no país, o Copom diz que expectativas de inflação continuam altas e não deixam espaço para corte da Selic

postado em 25/07/2014 07:00
Diante da ameaça de o governo pressionar o Comitê de Política Monetária (Copom) a reduzir a taxa básica de juros (Selic) em setembro próximo, em resposta à fragilidade da economia, que caminha para a recessão, o Banco Central tratou de se antecipar a qualquer imposição. Ao divulgar ontem a ata da última reunião do colegiado, o BC avisou que não há espaço para corte dos juros pelo menos até o fim do ano, pois as projeções de inflação para 2014 e para 2015 pioraram. No entender da instituição, com a Selic em 11% ao ano, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) só deverá convergir para o centro da meta, de 4,5%, no fim de 2016.

No Palácio do Planalto, a expectativa era de que o BC se sensibilizasse com a perspectiva de queda do Produto Interno Bruto (PIB) no segundo trimestre. O resultado será divulgado em 29 de agosto, dias antes da próxima reunião do Copom. Caso a atividade realmente mostre retração, como estima a maior parte dos analistas do mercado financeiro, o BC poderia, na avaliação de assessores da presidente Dilma Rousseff, repetir o cavalo de pau que deu na política monetária em agosto de 2012. Naquele momento, reduziu os juros, quando todas as expectativas eram de elevação da taxa básica.



Na ata, porém, o BC cuidou de afastar qualquer possibilidade nesse sentido. O recado ficou claro no trecho em que diz apostar na queda da inflação. ;Levando em conta a estratégia que não contempla redução do instrumento de política monetária (alta de juros), (a inflação) tende a entrar em trajetória de convergência para a meta (de 4,5%) nos trimestres finais do horizonte de projeção;, escreveram os integrantes do Copom.

Descuido
O prazo que a autoridade monetária dá para que o IPCA recue para o alvo de 4,5% é de dois anos, o que quer dizer que, pelo menos até junho de 2016, o custo de vida no país seguirá acima desse patamar. Mesmo essa projeção corre o risco de não se concretizar, tendo em vista o comportamento recente dos preços medido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

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