Economia

Meta de economizar 1,9% do PIB para o superavit primário está longe, diz BC

BC admite, depois do segundo deficit consecutivo, que dificilmente o governo conseguirá cumprir a meta

postado em 01/08/2014 08:43
O governo admitiu que pode não conseguir cumprir a meta fiscal para este ano, de superavit de R$ 99 bilhões para o setor público consolidado ; que engloba União, estados, municípios e empresas estatais ;, o equivalente a 1,9% do Produto Interno Bruto (PIB). O chefe do Departamento de Economia do Banco Central, Túlio Maciel, afirmou a jornalistas ontem que, com o segundo deficit consecutivo ; desta vez de R$ 2,1 bilhões ; registrado nas contas primárias (o total das despesas e receitas, menos os juros da dívida), ;a meta está mais distante;. Esta foi a primeira vez desde o início da série histórica, em 2001, que o governo tem deficit no mês de junho.

O superavit acumulado no primeiro semestre de 2014, de R$ 29 bilhões, é a metade do registrado no ano passado e o pior desempenho para a época da série. ;Obviamente que o deficit de maio e junho tornam a meta mais distante, um caminho mais difícil. Isso exigirá um esforço maior do governo para obtê-lo, mas não significa que não seja possível alcançá-lo;, afirmou Maciel.

O resultado primário reflete o esforço do governo para pagar os juros da dívida pública. O chefe do Departamento de Economia do BC apontou o impacto das desonerações (de R$ 50,7 bilhões, até agora) e o crescimento das despesas com investimentos, de cerca de 22%, como fatores que contribuíram para o rombo fiscal.



Em entrevista na última quarta-feira, o secretário do Tesouro Nacional, Arno Augustin, reconheceu que o resultado ;foi menos dinâmico; no primeiro semestre, mas acredita que o governo central vai conseguir cumprir sua parte na meta, apoiado sobretudo no Refis, que será reaberto hoje. O governo central é formado por Previdência Social, Banco Central e Tesouro Nacional, e é responsável pela maior parte do resultado fiscal. A meta desses órgãos para o ano é de superavit de R$ 80,8 bilhões. O economista José Matias Pereira, especialista em contas públicas da Universidade de Brasília (UnB), acredita que nem mesmo o Refis pode ajudar o governo.

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