Economia

Conflitos ameaçam recuperação do euro, diz presidente do BCE

Em resposta às sanções que vêm sendo impostas em função do conflito com a Ucrânia, a Rússia proibiu a importação da maioria dos produtos alimentares de países europeus e dos Estados Unidos

postado em 07/08/2014 15:24
O presidente do Banco Central Europeu (BCE), Mario Draghi, disse nesta quinta-feira (7/8) que a tensão entre países como Rússia e Ucrânia e os conflitos armados no Iraque, Palestina, Síria e Líbano podem pôr em risco os esforços para reativar a economia na zona do euro. Segundo Dragui, a situação geopolítica pode ter um efeito negativo sobre os preços da energia e na demanda por produtos.

;A tensão entre a Rússia e a Ucrânia terá um impacto maior na zona euro do que em outras zonas do mundo;, afirmou Draghi, durante entrevista coletiva em Frankfurt, apontando as reformas estruturais insuficientes por parte de alguns países como outro risco para a retomada do crescimento econômico.

Após comentar a decisão do BCE de manter a atual taxa de juro na zona do euro em 0,15%, Dragui garantiu que o banco estará atento aos efeitos das sanções que a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) aplicou à Rússia. Conforme anunciou hoje o secretário-geral da Otan, Anders Fogh Rasmussen, a organização decidiu suspender a cooperação com a Rússia. Além disso, Estados Unidos e Europa decretaram sanções econômicas à Rússia pelo envolvimento na guerra da Ucrânia e apoio aos rebeldes pró-russos no Leste do país.

Em resposta às sanções que vêm sendo impostas em função do conflito com a Ucrânia, a Rússia proibiu a importação da maioria dos produtos alimentares de países europeus e dos Estados Unidos. A proibição aplica-se à importação, por um ano, de carne de vaca, porco e aves, ao peixe, ao queijo e ao leite, aos legumes e às frutas produzidos nos Estados Unidos, na União Europeia, na Austrália, no Canadá e na Noruega.



Para o secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento do Brasil, Seneri Paludo, o embargo russo aos produtos agropecuários dos Estados Unidos e demais países abre ;uma grande janela para o Brasil;, podendo gerar uma ;revolução; nas exportações brasileiras de carne, milho e soja, semelhante à entrada da China na Organização Mundial do Comércio (OMC), em 2001, quando houve um ;abalo sísmico; no mercado de commodities (produtos primários com cotação internacional).

Durante o ano passado, a Rússia importou de países europeus o equivalente a 11,8 milhões de euros em produtos agrícolas, o que corresponde a 9,9% do total de exportações da União Europeia para a Rússia.

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